Educação para sustentabilidade em escolas de administração de empresas: a perspectiva de coordenadores acadêmicos no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/08/2011

RESUMO

Entre as razões do crescente interesse pelo tema educação para sustentabilidade nas escolas de administração, está a crença de que esta tem um papel central na formação de uma nova geração capaz de pensar e agir por princípios que vão muito além das preocupações de cunho econômico. Na esfera acadêmica internacional, estudos se multiplicaram nas últimas duas décadas, tanto em número quanto em diversidade de abordagens. Apesar de um cenário global promissor, no Brasil, por sua vez, a discussão da educação para sustentabilidade no ensino superior ainda é pouco disseminada, tanto nas práticas que relacionam educação, meio ambiente e sociedade nos cursos de educação superior, quanto na literatura que sustenta as discussões acadêmicas a respeito do tema. Assim, o presente trabalho teve por objetivo discutir os significados de educação para sustentabilidade nas instituições de ensino superior e suas implicações para a formação da nova geração de administradores. A intenção foi refletir sobre as experiências dos responsáveis pela direção e coordenação dos cursos de graduação na inserção da sustentabilidade no currículo de administração de empresas, no contexto brasileiro, promovendo um debate sobre suas especificidades, dificuldades e avanços em relação às tendências mundiais nesse campo. Para tanto, um estudo qualitativo foi conduzido com diretores e coordenadores de 17 cursos de graduação nas regiões nordeste, sul e sudeste do país. As principais estratégias de coleta de dados foram entrevistas em profundidade e análise documental. Parte o estudo de uma discussão sobre sustentabilidade, suportada por autores como Sachs (1995), Wright (2004) e Shriberg (2002). Em seguida procede-se a uma análise da literatura internacional sobre educação para sustentabilidade, revisando autores europeus, norte-americanos, africanos, latino-americanos e outros. Por fim, recorre-se a Down (2006), Beringer (2007), Lozano-García, Huisingh e Fabián (2009), para discutir experiências de inserção da educação para sustentabilidade. Os resultados indicam que, por um lado, a inserção da sustentabilidade no currículo das escolas de administração e negócios brasileiras têm demonstrado avanços nos últimos anos. Experiências já estão sendo conduzidas como as que se observou na maior parte das escolas participantes do estudo em termos de currículo, pesquisa e extensão, participação de alunos, capacitação de docentes, inclusão de metas sustentáveis nas declarações de visão e missão e, até mesmo na gestão universitária. Por outro lado, as experiências também indicam a distância que se tem de qualquer iniciativa nos cursos de administração que sinalize um rompimento ou uma revisão dos pressupostos que há anos vêm fundamentando a formação do administrador. É importante que se diga, contudo, que este cenário também não é prerrogativa do contexto brasileiro, as pesquisas de Calder e Clugston, (2003), de Tauchen e Brandli (2006), entre outros, indicam uma preocupação mundial nesse sentido, que não minimiza, em nada, a necessidade de um empenho significativo de nossas escolas de administração em fazer avançar modelos alternativos que respondam ao que se espera de uma formação para a sustentabilidade.

ASSUNTO(S)

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