Educação entre grades : um estudo sobre a educação penitenciária no Amapá

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O presente trabalho intitulado Educação entre Grades: um estudo sobre a Educação Penitenciária no Amapá traz à discussão o entendimento do fenômeno preso versus educação versus ressocialização, de forma a subsidiar pesquisadores e Administração Pública em geral. O objetivo básico consistiu em compreender e analisar a educação ministrada na Escola do Complexo Penitenciário do Amapá, que está sob a administração da Secretaria de Estado da Educação. Para sustentação teórica buscou-se discutir desde as leis que prevêem as garantias dos direitos dos presos à educação, assim como, o que de mais atualizado os autores nacionais e estrangeiros vêm produzindo e publicando sobre o tema. Como abordagem metodológica utilizou-se o Método Histórico-Descritivo das Ciências Sociais e o Estatístico, para que se pudesse tabular os dados, e a partir desse momento, proceder a uma análise interpretativo-qualitativa, tendo por referência eixos temáticos centrais. Como técnica de pesquisa utilizou-se Questionário e Entrevista Semi-Estruturada. Partindo-se da premissa de que a educação ofertada no IAPEN não tem cumprido com seu papel ressocializador, foi possível responder as seguintes indagações: como se dá a relação professor e aluno, a metodologia, e o conteúdo ministrado na E.E.S.J? Qual a formação dos profissionais que diretamente trabalham com o aluno-detento? Com base nesses questionamentos foi possível formular a hipótese de que a educação ajuda na reintegração do aluno-detento, porém não sendo plenamente confirmada pelos dados empíricos, representados pelos seguintes resultados: para o aluno-detento a educação representa apenas uma forma de sair da cela e poder dar um passeio pelos demais prédios do IAPEN, assim como, um mecanismo de comunicação, pois entende que dificilmente terá chance de conseguir um emprego aqui do lado de fora, uma vez que, o que aprende, não o ajuda para inseri-lo na sociedade em geral, seja pelo trabalho ou pela educação. Com relação aos professores, eles acreditam constituir um elo entre a cultura em geral e a cultura prisional. É importante mencionar que por mais que se esforcem para oferecer ao aluno-detento uma boa educação, as condições de trabalho não atendem suas necessidades, tendo muitas vezes que improvisar nas aulas, em virtude de que a escola-campo, em muitas oportunidades, não tem sequer o giz, muito menos, recursos didático-tecnológicos. No que se refere aos gestores, foi possível perceber que não medem esforços para fazer a escola funcionar para poder atingir seus objetivos, encontrando-se imbuídos de estruturá-la para ser o referencial de educação prisional no Estado.

ASSUNTO(S)

educação de adultos educacao educação e integração do indivíduo lep elève-prisonnier ressocialização réssocialisation educação e estado Éducation educação de preso alunos-detentos professeur

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