DINÂMICAS DE FUNCIONAMENTO E CONTROLE DO PODER NOS PARTIDOS POLÍTICOS: OS CASOS DO PT E PSDB NO ESTADO DE SÃO PAULO

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. Ci. Soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/02/2018

RESUMO

O objetivo deste artigo foi investigar o desenvolvimento organizativo e o funcionamento interno do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) no nível subnacional, especificamente no Estado de São Paulo, onde ambos têm presença marcante e grande desempenho eleitoral no período de 1994 a 2016. Com base no modelo de Panebianco (2005), realizamos entrevistas com lideranças estaduais e constatamos que ambos os partidos são organizações prioritariamente orientadas para o controle do poder (governo) estadual, combinando discursos ideológico-programáticos abrangentes, mecanismos de seleção de candidatos, controle da distribuição de recursos e da organização territorial relativamente centralizados nos respectivos diretórios estaduais, além de estratégias (distintas) de mobilização e participação de suas bases sociais. No entanto, embora o conceito de modelo genético de Panebianco explique adequadamente as diferenças organizacionais entre PSDB (mais próximo do modelo social-liberal de estilo gerencial) e PT (mais próximo do social-democrático de estilo participativo), não explica a grande diferença de desempenho eleitoral entre eles. Supomos que a dominância do PSDB nesses vinte anos encontra explicação, ao menos parcial, na combinação entre modelo genético (social-liberal) e tipo de coalizão (coesa-estável), o que nos levou à hipótese – a ser testada em outra pesquisa – de que o eleitorado potencial desse partido é maior do que o do PT porque abarca uma ampla e crescente classe média de perfil conservador, tanto no rico interior do estado como na Região Metropolitana de São Paulo.

ASSUNTO(S)

organização partidária poder intrapartidário pt psdb subsistema paulista

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