Digamos que seja mais prazeroso lecionar aqui do que na escola regular: a educação física numa escola especial

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/12/2011

RESUMO

Esta Dissertação, vinculada à linha de pesquisa Processos de Ensinar e de Aprender, do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado em Educação da Universidade Regional de Blumenau - FURB, Santa Catarina, Brasil, apresenta uma pesquisa realizada com o objetivo geral de compreender, por meio das observações das aulas, dos dizeres da professora e dos seus educandos, a prática pedagógica da disciplina de Educação Física numa Instituição de Educação Especial / APAE de Santa Catarina. A pesquisa de natureza qualitativa teve como sujeitos uma professora de Educação Física e uma turma constituída por sete educandos de uma Instituição de Educação Especial de Santa Catarina. Como instrumentos de coleta de dados utilizamos a entrevista semiestruturada individual aplicada à professora e aos educandos e a observação direta das aulas de Educação Física. Para a análise dos dados, utilizamos como aporte teórico, Vygotsky (1989; 1997; 2001) - no que se refere à aprendizagem, desenvolvimento, zona de desenvolvimento proximal, mediação, internalização, deficiência primária e secundária; Goffman (1988) - nos conceitos de estigma; Molon (2003) - nos processos de subjetivação e De Carlo (2001) - nos processos reflexivos e imaginários das pessoas com deficiência mental institucionalizadas. Também foram utilizados para embasamento das discussões documentos oficiais do Governo Federal e Estadual, como: a Política Nacional e a Estadual da Educação Especial. Os principais resultados apontaram que: a) a professora de Educação Física não apresenta em sua prática pedagógica uma abordagem bem definida. Estão presentes várias abordagens, prevalecendo a Pedagógica Preditiva Aptidão Física. Desse modo, a Educação Física na Instituição pesquisada parece constituir-se de atividades que suprem algumas necessidades básicas dos educandos, como o bem estar e a saúde; b) da maneira como as aulas estão organizadas e pelos dizeres da professora, há limitações quanto à possibilidade de inclusão dos educandos, enfatizando uma prática de cuidado, proteção e subestimação à atuação dos outros em face deles, o que retrata o estigma ainda presente na própria Instituição de Educação Especial. Assim, não só a Educação Física, bem como toda a estrutura da Instituição de Educação Especial é cerceada quanto às possibilidades de contribuírem para a superação dos estigmas dos educandos. A ausência do convívio em outros espaços sociais geram fatores limitantes que interferem no reconhecimento e aceitação da sociedade de que todas as pessoas são diferentes e c) Os educandos institucionalizados participam de atividades restritas nas esferas sociais, que se resumem no convívio com a família e na própria Instituição, o que cerceia a possibilidade de aprendizagem e desenvolvimento. Esperamos que as pessoas que compõem a Instituição de Educação Especial compreendam os dizeres dos educandos e da professora como possibilidades e desafios para reestruturação das suas práticas pedagógicas. Assim, podemos construir um novo olhar sobre as pessoas com deficiências e sua inclusão social nos diversos contextos institucionais e sociais, que ampliam as oportunidades de desenvolvimento integral que todos os seres humanos têm direito

ASSUNTO(S)

special education pedagogical practice cultural historical theory educação física para excepcionais; educação especial physical education educação física educação especial prática pedagógica teoria histórico cultural educacao especial

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