Dialogos entre Caminha e Frei Vicente do Salvador : construção de uma "arqueologia" da consciencia da diferença entre colonos e reinois em documentos luso-brasileiros dos seculos XVI e XVII

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Inspirado no conceito foucaudiano de arqueologia, esse trabalho é uma tentativa de construir uma das condições de possibilidade da identidade nacional, qual seja, a consciência da diferença. Antes de sabermos o que somos, afirmarmos a identidade por meio de um único e mesmo caráter, fazermos parte de uma mesma comunidade imaginada que representa a nação, começamos por saber o que não somos. Nesse sentido, entre o ser português e o ser brasileiro, existe um estado fluido que é dado pela consciência de diferença do português morador da terra em relação ao morador do Reino. A construção de tal consciência de diferença é feita dentro da documentação dos séculos XVI e XVII a partir da hipótese de que essa consciência já existe nos Diálogos das Gandezas do Brasil e se completa com a História do Brasil de Frei Vicente do Salvador. O objetivo é o de entender como essa consciência de diferença foi sendo tomada pelos diversos agentes que compunham a sociedade colonial: oficiais da Coroa, senhores de engenho, jesuítas, inquisidores, não portugueses que, de passagem, deixaram seus testemunhos sobre o modo de viver colonial. O movimento é o da passagem da pura percepção para uma consciência, da diversidade para a diferença, da atenção centrada na natureza para o homem. Assim é que tentamos reconstituir as condições de possibilidade da consciência de diferença, compondo uma “arqueologia” de tal consciência.

ASSUNTO(S)

arqueologia social - brasil brasil - historia - periodo colonial - 1500-1822.

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