Cracking the RIO PARDO: the marks of a riverine landscape, perceptions and practices of the traditional community in the southwest of Bahia Itambé. / DESVENDANDO O RIO PARDO: as marcas de uma paisagem ribeirinha; percepções e práticas da comunidade tradicional em Itambé no Sudoeste da Bahia.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A comunidade ribeirinha na região Sudoeste do Estado da Bahia tem passado por transformações no seu modo de vida, especialmente no município de Itambé. Essas modificações na reorganização do espaço ribeirinho promovem o desmanche de suas práticas culturais, dos conhecimentos tradicionais, dos valores coletivos e cotidianamente construídos, interferindo avassaladoramente na preservação da identidade e territorialidade ribeirinha, culminado em processo acentuado de desterritorialização. A percepção desse contexto foi norteada por uma pesquisa qualitativa, fundada na abordagem humanística cultural a Fenomenologia, tendo como categoria norteadora a paisagem. Utilizaram-se como instrumentos de investigação: a revisão bibliográfica; a pesquisa de campo por meio da observação direta, levantamentos de dados relacionados aos aspectos históricos do município de Itambé no Sudoeste baiano; bem como registro fotográfico. Aliado a esses, entrevistas semi-estruturadas e coleta de depoimentos que muito contribuíram para a reflexão e compreensão da realidade ribeirinha estudada. Ao ouvir os ribeirinhos, observou-se estarem presentes as características que os identificam como tais e ainda mantém viva na memória a história que os construíram como ribeirinhos. O rio Pardo é o elemento de maior simbologia na paisagem e a percepção dos mesmos é respaldada pela visão de mundo permeada por suas águas. No entanto, a realidade experimentada atualmente difere do passado, induz a negação da continuidade desse modo peculiar de viver e conduz à invisibilidade dos sujeitos e da comunidade. Conclui-se que o grupo social em questão está em processo de descontinuidade do seu espaço de vivência primordialmente pelo padrão hegemônico de desenvolvimento voltado para a reprodução do capital e que desvirtua a percepção dos ribeirinhos quanto ao Rio Pardo, considerado como símbolo existencial dos mesmos e as percepções do novo modo de vida a que são subjugados. Destarte, acredita-se que medidas emergenciais devam ser tomadas a fim de evitar a invisibilidade ribeirinha no Sudoeste baiano. Nesse contexto urge uma ação mais efetiva do poder público voltada para alternativas de preservação da memória social bem como para a recuperação do ambiente ribeirinho, sejam suas águas e margem, sejam as condições de habitação dos atuais habitantes.

ASSUNTO(S)

percepção landscape territory deterritorialization território desterritorialização geografia perception paisagem

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