Desenvolvimento e associativismo indÃgena no nordeste brasileiro: mobilizaÃÃes e negociaÃÃes na configuraÃÃo de uma sociedade plural

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Esta tese analisa as prÃticas associativas indÃgenas no Nordeste brasileiro e suas relaÃÃes com as polÃticas pÃblicas na atualidade. Com base na constataÃÃo da proliferaÃÃo do nÃmero de organizaÃÃes indÃgenas no formato de associaÃÃes, este estudo analisa a reapropriaÃÃo das aÃÃes e do discurso de âdesenvolvimentoâ por trÃs grupos indÃgenas no Nordeste Brasileiro: KambiwÃ, Pipipà e Xukuru, atravÃs de dados empÃricos e documentais. Nesse contexto, à possÃvel perceber que as aÃÃes â apresentadas em forma de projetos de âdesenvolvimentoâ, de âetnodesenvolvimentoâ e âsustentÃveisâ â sÃo implementadas por variadas agÃncias e tÃm disponibilizado aos grupos uma considerÃvel gama de opÃÃes no que cerne à origem e administraÃÃo dos recursos, ao gerenciamento das atividades e objetivos propostos. Ao configurar o que tem sido o campo de efetivaÃÃo desses projetos, visualiza-se um emaranhado de iniciativas em que coadunam as polÃticas indigenistas oficiais, as polÃticas pÃblicas mais amplas, iniciativas particularizadas de organizaÃÃes nÃo-governamentais e, em alguns casos, a prÃpria polÃtica local. Trata-se de apresentar a discussÃo de uma realidade do Nordeste que pÃe em xeque a perspectiva analÃtica que và a questÃo indÃgena desconectada dos contextos regional e global em que tambÃm se insere. As aÃÃes âdesenvolvimentistasâ, aliadas à formalizaÃÃo de associaÃÃes indÃgenas que se proliferaram na dÃcada de 80, tÃm revelado uma nova forma de conduÃÃo das polÃticas no plano das relaÃÃes internas de cada sociedade indÃgena, assim como tambÃm tÃm apresentado um novo contorno de um campo amplo de relaÃÃes que envolvem os mais diversos agentes (o Estado, ONGâs, Empresas de Iniciativa Privada, Igreja). O trabalho identifica que a cultura polÃtica brasileira e o poder tutelar â que estÃo na base da relaÃÃo constituÃda entre o Ãndio, o Estado Nacional e outras forÃas sociais e polÃticas nos nÃveis supranacional, nacional ou subnacional â nÃo permitiram, atà o momento, que as esferas de negociaÃÃo sejam constituÃdas de maneira a contemplar a diversidade Ãtnica da sociedade brasileira e a perceber os indÃgenas como atores legÃtimos e autÃnomos. A pesquisa que deu origem a esta tese foi realizada entre os anos de 1999 e 2002 e culminou com a estruturaÃÃo de um banco de dados sobre as associaÃÃes indÃgenas e projetos em Terras IndÃgenas nos Estados da ParaÃba e de Pernambuco

ASSUNTO(S)

sociedade plural nordeste brasileiro - desenvolvimento e associativismo indÃgena negociaÃÃes sociologia mobilizaÃÃes

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