Desempenho produtivo e exigências nutricionais de bovinos de corte em pastagens de Brachiaria decumbens, com suplementação protéica / Performance and nutrient requeriments of beef cattle in Brachiaria decumbens pasture, with protein supplementation

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta tese foi elaborada a partir de seis experimentos que objetivaram avaliar os efeitos de diferentes fontes protéicas sobre o desempenho produtivo e as características nutricionais de bovinos de corte suplementados durante os períodos da seca/transição seca-águas e águas em pastagens de Brachiaria decumbens; e estimar a composição corporal e as exigências de energia, proteína e macrominerais de bovinos de corte sob pastejo durante o período das águas. No Experimento 1 (Período de seca), foram utilizados 20 bezerros não castrados com idade e pesos médios iniciais, respectivamente, de 10 meses e 254,70 24,09 kg para avaliar o desempenho. As fontes protéicas avaliadas foram o farelo de glúten de milho 21% PB + farelo de trigo + uréia (FGM); feijão triturado (FET); feijão inteiro (FEI); farelo de trigo + uréia (FTR) e farelo de arroz + uréia (FAR). Houve diferença estatística para ganho de peso diário (P<0,10), os valores em kg por dia foram 0,571; 0,432; 0,506; 0,676 e 0,614, respectivamente. No Experimento 2 (Período de transição seca-águas e das águas), foram utilizados 16 bezerros não castrados com idade e pesos médios iniciais, respectivamente, de 15 meses e 339,75 42,35 kg para avaliar o desempenho. Avaliaram-se a mistura mineral (MM) e as fontes protéicas: feijão inteiro + farelo de trigo + uréia (FEI); farelo de trigo + uréia (FTR) e farelo de arroz + uréia (FAR). Não houve diferença estatística para ganho de peso diário, sendo que os valores em kg por dia foram 0,433; 0,588; 0,514 e 0,416, respectivamente. No Experimento 3 (Período de seca), foram utilizados 20 bezerros não castrados com idade e pesos médios iniciais, respectivamente, de 10 meses e 185,90 21,47 kg para avaliar o desempenho. As fontes protéicas avaliadas foram o farelo de soja (FSO); farelo de algodão (FAL); Glúten de milho 60% PB (GLM); farelo de amendoim (FAM) e suplemento auto controle (AC). Não houve diferença estatística para ganho de peso diário, sendo que os valores em kg por dia foram 0,524; 0,486; 0,470; 0,518 e 0,505 respectivamente. No Experimento 4 (Período de transição seca-águas e águas), foram utilizados 20 bovinos não castrados com idade e pesos médios iniciais, respectivamente, de 10 meses e 258,10 29,52 kg para avaliar o desempenho. Avaliaram-se a mistura mineral (MM) e as fontes protéicas: farelo de soja (FSO); Farelo de glúten de milho 60% PB (GLM); farelo de amendoim (FAM) e suplemento auto controle (AC). Houve diferença (P<0,10) estatística para ganho de peso diário, entre os animais suplementados com GLM e AC e os não suplementados, sendo que os valores em kg por dia foram 0,351; 0,529; 0,688; 0,519 e 0,574 respectivamente. No Experimento 5 (Período das águas) foram utilizados cinco animais Zebu x Holandês, com peso médio inicial de 196,2 kg, fistulados no rúmen, abomaso e esôfago para avaliação dos consumos e das digestibilidades aparentes totais e parciais dos nutrientes, bem como amostragem da pastagem via coleta de extrusa. As fontes protéicas avaliadas foram o farelo de glúten de milho 21% PB + farelo de trigo + uréia (FGM); feijão + farelo de trigo + uréia (FEI); farelo de trigo + uréia (FTR) e farelo de arroz + uréia (FAR). Apenas foi encontrada diferença (P<0,05) estatística para o consumo de extrato etéreo. No Experimento 6 foram avaliados os consumos dos nutrientes assim como a concentração de energia das dietas e a composição corporal, bem como foram estimadas as exigências nutricionais de energia, proteína e macrominerais, de bovinos de corte sob pastejo. Foram utilizados 24 animais não-castrados, com peso vivo (PV) médio inicial de 339,0 kg e idade média de 15 meses. Quatro animais foram abatidos, após o período de adaptação, para servirem de referência para estimativas do peso de corpo vazio (PCVZ) e da composição corporal inicial dos animais mantidos no experimento. Dos 20 animais restantes, quatro foram designados ao grupo mantença com tempo de pastejo restrito para limitar o consumo de energia a nível próximo da mantença. Os demais foram distribuídos entre os tratamentos feijao + farelo de trigo +uréia (FEI); farelo de trigo + uréia (FTR) e farelo de arroz + uréia (FAR). A relação obtida entre o peso de corpo vazio (PCVZ) e o peso vivo (PV) dos animais referencia foi utilizada para a estimativa do PCVZ inicial dos animais que permaneceram no experimento. Os conteúdos de gordura, proteína, energia e macrominerais Ca, P, Na, K ou Mg, obtidos em função do logaritmo do PCVZ. A exigência líquida de energia para mantença foi estimada como o anti-log do intercepto da equação obtida pela regressão linear entre o logaritmo da produção de calor (PC) e o consumo de energia metabolizável (CEM), assim como pelo coeficiente a da equação de regressão exponencial entre a ER e o CEM, dos animais suplementados juntamente com os não- suplemetandos e os do grupo mantença. Os consumos de proteína bruta, carboidratos não-fibrosos e extrato etéreo foram estatisticamente diferente (P<0,05), sendo que os animais suplementados apresentaram maiores consumos destes nutrientes quando comparados aos não suplementados. Na avaliação do balanço de energia e na composição corporal foram observadas diferenças entre a relação de PCVZ:PV sendo para a mantença e o tratamento com farelo de trigo + uréia os maiores valores encontrados. A energia retida e o ganho de peso diário foram menores pra os animais da mantença. As eficiências de utilização da energia metabolizável (EUEM) para mantença (km) e ganho de peso (kg) foram estimadas a partir da relação entre os teores de energia líquida, para mantença ou ganho, respectivamente, em função da EM da dieta. As quantidades de energia e gordura no ganho aumentaram com o aumento do PV dos animais. As exigências de energia líquida para ganho de peso de bovinos anelorados nãocastrados sob pastejo podem ser obtidas pela equação: ER= 0,0397*PCVZ0,75*GDPCVZ1,1982. O requisito energético diário para mantença foi de 74,01 kcal/PV0,75. A km estimada foi de 0,53 e a kg de 0,32. As exigências líquidas de proteína para ganho diminuíram com o aumento do peso vivo (PV) dos animais. A exigência liquida de proteína encontrada para um animal de 250 kg foi de 192,87 g/kg GPCVZ, enquanto para um animal de 400 kg foi de 187,01 g/kg GPCVZ. Foi obtida a seguinte equação para estimativa da proteína retida (PR), em função do ganho de peso vivo em jejum (GPVJ) e da energia retida (ER): PR (g/dia) = 16,2036 +234,3105*GPVJ - 31,4027*ER. As exigências de proteína metabolizável para mantença e ganho de peso estimadas foram de 357,77 e 380,10 g/kg PV, respectivamente, para um bovino não-castrado de 400 kg de PV sob pastejo. As exigências líquidas para ganho de peso de cálcio, fósforo e magnésio diminuem, com o aumento do peso vivo dos animais. As relações com a proteína retida foram 7,56 g Ca/100 g PBretida e 4,94 g P/100 g PBretida, respectivamente para Ca e P.

ASSUNTO(S)

beef cattle requeriments nutricao e alimentacao animal proteína exigência bovino de corte protein

Documentos Relacionados