Das farinhadas à produção para o mercado: a dinâmica da atividade mandioqueira no agreste potiguar.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O Agreste Potiguar é o território do Rio Grande do Norte em que mais se produz mandioca. A formação desse território atrela-se à criação de gado e ao cultivo de algodão e de culturas de subsistência, dentre as quais a mandioca. No que diz respeito especificamente ao cultivo da mandioca, essa planta sempre foi sumamente importante para a subsistência dos agrestinos, sobretudo dos pobres. Até a década de 1980, a mandioca era cultivada em pequenas faixas de terra e era destinada à fabricação de farinha, a qual, juntamente com o feijão, era a base da alimentação dos trabalhadores agrestinos. Além disso, era bastante útil para a produção de ração para o gado. A partir dessa década, a atividade mandioqueira (cultivo da mandioca com a transformação dessa em farinha e em outros derivados) desencadeada no Agreste Potiguar começa a passar por um processo de modernização, sendo implementadas transformações técnicas e nas relações de trabalho, sob a lógica capitalista. Dentro dessa lógica, o cultivo da mandioca passa a ser feito com o uso de máquinas e de adubos químicos; a transformação dela em farinha é atualmente realizada em casas e em indústrias de farinha, que vêm sendo, cada vez mais, marcadas por instrumentos técnicos movidos a eletricidade, diminuindo a necessidade de mão-de-obra; e a mandioca não é mais cultivada pelos produtores com o escopo primordial de garantir sua subsistência, mas sim com o de atender à demanda por matéria-prima das casas e das indústrias de farinha. Desse modo, afirma-se que o objetivo do trabalho é compreender a dinâmica da atividade mandioqueira no Agreste Potiguar, considerando o uso pretérito e atual do território, a modernização dessa atividade e sua contribuição para o desenvolvimento do território em questão. Para o alcance desse objetivo, adotamos como procedimentos metodológicos a realização de pesquisas bibliográficas, empíricas (entrevistas e conversas) e em dados secundários. Por fim, sabendo-se que o processo de modernização estudado segue a lógica capitalista, concluímos o trabalho afirmando que a modernização da atividade mandioqueira não vem contribuindo para o desenvolvimento territorial do Agreste Potiguar.

ASSUNTO(S)

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