Controle motor de movimentos de reversão em individuos neurologicamente normais e portadores da Sindrome de Down : o efeito do feedback intrinseco

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Neste trabalho, investigamos o efeito do feedback intrínseco nos padrões cinemáticos, cinéticos e eletromiográficos em movimentos de reversão do braço. Estes movimentos foram realizados em três distâncias angulares (108°, 126° e 144°) e em três orientações espaciais (180°, 90° e 0°) por indivíduos neurologicamente normais e portadores da síndrome de DoWIl. As distâncias angulares foram defmidas com base na quantidade de deslocamento do cotovelo. Durante a realização das tarefas, os indivíduos não tiveram a informação visual do braço. Para identificar a quantidade correta de deslocamento do cotovelo, os indivíduos tiveram que comparar as informações provenientes de um goniômetro fixo nesta articulação, com um conjunto de luzes, as quais acendiam com o aumento do deslocamento do cotovelo em extensão. Indivíduos neurologicamente normais apresentaram um acoplamento entre variáveis intrínsecas (i.e. atividade eletromiográfica, torques musculares) e extrínsecas (velocidade linear do dedo indicador). Do ponto de vista do controle motor, este acoplamento simplificaria o número de variáveis que o Sistema Nervoso teria que controlar durante a execução dos movimentos. Este acoplamento entre variáveis intrínsecas e extrínsecas foi denominado como "Building Block Strategy". Além disso, indivíduos neurologicamente normais, modularam as atividades eletromiográficas e os torques musculares com o aumento da distância do movimento de acordo com as regras previstas pela "Speed Insensitive Hyphotesis" (Gottlieb, et aI., 1989). Esta modulação da atividade eletromiográfica e das forças musculares foi independente da orientação espacial. Indivíduos portadores da síndrome de DO Il também foram capazes de realizar a tarefa proposta; no entanto, eles apresentaram diferenças sutis na forma em que controlaram os movimentos. Primeiro, o acoplamento entre variáveis intrÚlsecas e extrÚlsecas foi menor para esta população. Segundo, eles foram incapazes de modular as atividades eletromiográficas e os torques musculares com o aumento da distância, como observado para os indivíduos neurologicamente normais. Terceiro, estes indivíduos apresentaram um padrão muscular de co-ativação da musculatura agonista-antagonista. Dessa forma, podemos concluir que, a "Building Block Strategy" não é uma estratégia universal, a qual poderia ser aplicada a todas populações. Com relação à precisão dos movimentos, ambos os grupos cometeram quantidades de erros similares ao realizarem movimentos de reversão utilizando apenas o feedback intrínseco. Este achado poderia sugerir que o Sistema Nervoso não utiliza este tipo de informação para controlar os movimentos

ASSUNTO(S)

eletromiografia down sindrome de cinematica

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