Controle de Xanthomonas citri subsp. citri em citros (Citrus sinensis) mediado por neonicotinóides

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/04/2009

RESUMO

O cancro cítrico é uma doença de importância mundial para o cultivo comercial de citros. O desenvolvimento de medidas alternativas de controle que contribuam para o manejo da doença é de grande importância. O presente estudo teve como objetivo verificar se o tratamento de plantas cítricas com inseticidas neonicotinóides é capaz de controlar a incidência de cancro cítrico na planta, assim como, verificar se as plantas cítricas apresentam diferenças no vigor em decorrência do tratamento com estes produtos. A atividade antimicrobiana de acetamipride, imidaclopride (IMI) e tiametoxam (TMX) foi testada in vitro com seis isolados de Xanthomonas citri subsp. citri (Xcc). Alíquotas das suspensões bacterianas (108 UFC/ml) foram depositadas em meio Agar Nutriente acrescido dos produtos nas concentrações de 0 a 3000 µg/ml de princípio ativo (p.a.). Em casa-de-vegetação, plantas de laranja Valência foram tratadas com quatro doses de IMI, por rega no solo, em intervalos de tempo variando entre 0 e 10 dias, entre a inoculação de Xcc, por infiltração com seringa, e o tratamento com o neonicotinóide. Plantas controle foram tratadas com água e inoculadas com a bactéria. Foi avaliada a incidência por contagem de lesões de cancro cítrico por cm2 de área foliar, a dinâmica populacional da bactéria por reisolamento e o teor de macronutrientes e micronutrientes das plantas tratadas e inoculadas. A campo, foram conduzidos experimentos nos municípios de Paranavaí e São João do Caiuá, PR, em plantas de laranja Natal (quatro meses) e Valência (oito meses), respectivamente. As plantas foram tratadas com cinco doses de IMI no tronco ou no solo, e uma dose de TMX e de clotianidina no solo. Plantas controle foram tratadas com água. Foram avaliadas bimestralmente as incidências de cancro cítrico, de larva minadora dos citros (LMC) e a desfolha. O vigor vegetativo foi avaliado pelo volume de copa, pelo diâmetro de caule e pela altura de planta. Os neonicotinóides não apresentaram efeito antimicrobiano contra nenhum isolado de Xcc in vitro. O tratamento das plantas com IMI, além de reduzir o número de lesões de cancro cítrico e a população bacteriana na planta, alterou as características dessas lesões, independente da dose, época do ano ou do intervalo de tempo entre o tratamento da planta e a inoculação com Xcc. De maneira geral, nos experimentos a campo, foi constatada diminuição de desfolha e das incidências de cancro cítrico e de LMC para todos os neonicotinóides testados, destacando-se a menor dose de IMI aplicada no tronco da planta e a maior dose de IMI aplicada no solo. Os neonicotinóides testados reduziram a incidência de cancro cítrico, aumentaram os teores de N e K nas folhas e o vigor vegetativo das plantas cítricas. Assim, os neonicotinóides podem ser considerados no manejo do cancro cítrico, não somente por sua ação inseticida, mas também como bioativadores das plantas cítricas.

ASSUNTO(S)

cancro cítrico agentes no controle biológico de pragas xanthomonas bactérias fitopatogênicas citrus canker biological agents for pest control phytopathogenic bacteria

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