Construção de identidades de letramento no contexto da sala de aula.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A prática da leitura no âmbito da escola tem se constituído numa intensa discussão, na medida em que se tem concluído, nos últimos anos, que os resultados desse processo não têm sido suficientemente capazes de influir na construção de sujeitos letrados. Essa questão traz no seu bojo alguns equívocos conceituais que interferem nas ações que a escola desenvolve para a formação desses sujeitos. Primeiro, pela concepção não muito clara acerca da leitura e do seu objeto de ensino. Segundo, por não conceber o letramento como o desenvolvimento de práticas sociais em torno da escrita. Terceiro, pela falta de uma política efetiva e significativa de formação do professor. Essas três questões têm interferido no processo de letramento dos alunos da educação básica, destacando-se o ensino fundamental, últimos ciclos, foco desta pesquisa. O presente trabalho tem, por objetivo, portanto, discutir a possibilidade da construção de identidades de sujeitos letrados no contexto de sala de aula, levando-se em conta uma base teórica pautada em três aspectos essenciais: primeiro, o sujeito leitor é aqui considerado, na perspectiva do letramento, como aquele inserido nas práticas sociais de leitura e escrita; segundo, que a construção da(s) identidade(s) é um processo relacional (depende do outro para constituir-se), atravessado pelas marcas culturais que os sujeitos historicamente carregam; e, por último, que a formação profissional precisa ser capaz de possibilitar o desenvolvimento de estratégias de ensino de leitura na perspectiva social. Assim, com base nos pressupostos da pesquisa etnográfica, foram observadas algumas aulas nas áreas de Língua Portuguesa, História e Geografia, de uma escola pública de Salvador, para análise das representações do professor e dos alunos, procurando definir, a partir das atividades de leitura propostas e das situações criadas, como o sujeito constrói identidade(s) de leitor. Consideramos, finalmente, o poder exercido pelo professor sobre os alunos através dos discursos proferidos, o silenciamento, muitas vezes, provocado nesses sujeitos e as conseqüentes dificuldades, pela qualidade da formação dos professores, de um trabalho de leitura que promova o letramento numa perspectiva social.

ASSUNTO(S)

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