Conhecimento e percepção de escolares com baixa visão sobre sua condição visual, uso de recurso de tecnologia assistiva e expectativas em relação ao futuro / Low vision student s knowledge and perception about their visual condition, use of assistive technology resources and expectations about the future

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

04/10/2011

RESUMO

A presente pesquisa teve por objetivos identificar as percepções dos escolares com baixa visão sobre a sua condição visual, verificar o que e como declaram sobre a sua deficiência, conhecer os recursos de tecnologia assistiva utilizados na realização das atividades cotidianas e as suas expectativas em relação ao futuro e oferecer subsídios para o planejamento e ações em Educação, Habilitação e Reabilitação visual. Trata-se de um estudo descritivo, tipo transversal, e, como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário aplicado por entrevista contendo perguntas abertas e fechadas, elaborado especificamente para esta pesquisa por meio de estudo exploratório. A coleta de dados realizou-se no período de março a agosto de 2010, nos serviços de Habilitação e Reabilitação Visual da Associação de Deficientes Visuais de Ribeirão Preto (ADEVIRP) e no Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel O.S. Porto" (CEPRE). A população foi composta por 19 escolares que situavam-se na faixa etária entre 12 e 17 anos, sendo 10 mulheres e 9 homens, perfazendo um total de 52,6% e 47,4%, respectivamente, 63,2% (12) estavam matriculados no Ensino Fundamental II e 36,8% (6) no Médio. Verificou-se que 94,7% (18) dos entrevistados apresentavam baixa visão congênita e 5,3% (1) adquirida, foram classificadas como baixa visão moderada (78,9%) (15), profunda (15,8%) (3) e grave (5,3%) (1). Com relação às percepções sobre a condição visual, 73,7% (14) relataram enxergar bem, 68,4% (13) declararam conhecer o nome do problema visual, mas somente 36,8% (7) informaram o nome da parte do olho afetada. Quando questionados por outras pessoas sobre a deficiência, 94,7% (18) declararam que respondem naturalmente e apesar dos escolares informarem enxergar bem, verificou-se que apresentam dificuldades na realização de atividades cotidianas, sobressaindo as dificuldades acadêmicas (78,9%) (15) com ênfase nas atividades de leitura da lousa (60,0%) (9) e do dicionário (26,7%) (4). Quanto ao uso de recursos de tecnologia assistiva, sobressaíram os recursos de informática específicos para baixa visão e os recursos não ópticos, na mesma proporção (73,7%) (14), recursos para perto (57,9%) (11) e para longe (52,6%) (10). As principais expectativas dos escolares sobre o futuro relacionam-se à vida profissional (78,9%) (15), vida pessoal e saúde ocular (26,3%) (5). A maioria dos escolares almejava ter um bom emprego. Na vida pessoal verificou-se que os escolares desejavam construir família por meio do casamento. Quanto à saúde ocular, os resultados mostraram que parte dos escolares desejava enxergar melhor enquanto que outros esperam adaptar-se melhor a baixa visão. Conclui-se que apesar de possuírem baixa visão, relatam enxergar bem e possuem dificuldades visuais na realização das atividades cotidianas, sobressaindo-se as dificuldades acadêmicas, sendo a informática o recurso de tecnologia assistiva mais aceito. Conclui-se também que os escolares mostraram-se otimistas em relação ao futuro.

ASSUNTO(S)

educação especial baixa visão portadores de deficiência visual adolescência reabilitação education special vision low visually impaired persons rehabilitation adolescent

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