Coinfecção Trypanosoma cruzi/HIV: revisão sistemática (1980 - 2010)

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-12

RESUMO

INTRODUÇÃO: A coinfecção Trypanosoma cruzi/HIV vem sendo sistematicamente descrita como um evento clínico de grande relevância. O objetivo deste estudo foi descrever aspectos clínicos e epidemiológicos publicados na literatura científica. MÉTODOS: Trata-se de revisão sistemática, de natureza descritiva, a partir da busca nas bases Medline, Lilacs, SciELO, Scopus, de 1980 a 2010. RESULTADOS: Identificou-se 83 artigos (2,8 artigos/ano), com um total de 291 casos registrados. A coinfecção foi descrita em 1980 e, no Brasil, tornou-se evento clínico definidor de AIDS. Este é o país com maior número de publicações (51,8%), seguido pela Argentina (27,7%). A maioria dos casos é de homens adultos (65,3%), naturais ou procedentes de regiões endêmicas, com diagnóstico sorológico, na fase crônica (97,9%) e na forma indeterminada (50,8%). As duas doenças evoluem naturalmente, mas em 41% dos casos ocorreu reativação da doença de Chagas. A forma mais grave é a meningoencefalite, com 100% de letalidade nos casos sem tratamento específico e precoce do T. cruzi. O medicamento indicado foi benznidazole, nas doses e duração utilizadas na fase aguda em imunocompetentes. O diagnóstico da reativação foi comprovado por alta parasitemia, detectada por métodos diretos ou indiretos quantitativos, sendo a sua elevação considerada fator preditivo para reativação. A menor sobrevida nacoinfecção esteve relacionada à reativação da doença de Chagas e às complicações naturais de ambas as doenças. O papel do tratamento antirretroviral sobre a evolução da coinfecção ainda não pode ser definido pelo conhecimento existente. CONCLUSÕES: Apesar da relevância deste evento clínico, ainda persistem lacunas a serem preenchidas.

ASSUNTO(S)

doença de chagas trypanosoma cruzi hiv aids reativação imunodeficiência

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