Cidade e identidade: discursividades imagético-espaciais e a construção da identidade espacial do Recife, Veneza Brasileira

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/06/2011

RESUMO

Esta pesquisa tem como objeto de estudo a identidade espacial Veneza Brasileira, inscrita nas materialidades discursivas imagético-espaciais (literárias e midiáticas) produzidas sobre a cidade do Recife. A questão central que orienta a pesquisa é: de que modo foi constituída nos séculos (XIX, XX) e é constituída hoje, no século (XXI) a identidade espacial Veneza Brasileira nas práticas imagético-espaciais sobre a cidade do Recife? Inscrita na área de Lingüística Aplicada esta pesquisa se vincula à perspectivas advindas dos Estudos Culturais e articula investigações de Hall (2006), Bauman (1999,2001, 2005), SILVA (2000), Castells (2000) acerca de identidade a dos Estudos Urbanos Santos (1997, 1999), Ferrara (1998), Pesavento (2001) e teorizações foucaultianas (2004, 2006, 2007). Recorre-se ainda a alguns pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso Francesa (AD), Orlandi (2001), Gregolin (2007) e Courtine (2006). Define-se como objetivo da pesquisa: analisar os efeitos de sentidos da produção de identidades espaciais, em especial a Veneza Brasileira em práticas discursivas imagético-espaciais (Poemas, Cartões Postais e Guia Turístico) produzidas sobre o espaço urbano da cidade do Recife. A pesquisa é de natureza qualitativa interpretativista e os dispositivos teóricos analíticos subsidiaram gestos de leitura de imagens poéticas e icônicas presentes em fragmentos de poemas do século XIX e 1 metade do Século XX, em poemas de Manuel Bandeira, Carlos Pena Filho e João Cabral de Melo Neto produzidos na 1 e 2 metade do século XX e também imagens fotográficas de Cartões Postais e do Guia Turístico para Visitação a Locais Históricos do Recife. Conclui-se que os discursos imagético-espaciais sobre o Recife produziram diferentes efeitos identitários sobre a Veneza Brasileira durante esses três séculos: no século XIX, a poesia construiu a cidade utópica e o efeito de sentido de unidade identitária; já no século XX, oscilou entre a construção da cidade utópica/heterotópica efeito de unidade e fragmentação identitária, esse último prevalecendo. E, no século XXI, a mídia reconstituiu novamente a cidade utópica e, conseqüentemente, efeitos de sentido de unidade. Estes efeitos de sentido identitários, ao longo destes três séculos ora corroboram ora contrariam a concepção de identidades das teorias pós, à medida que, nas práticas imagético-espaciais, ocorre a (ex) inclusão dos agentes sociais que também constroem essas identidades.

ASSUNTO(S)

identidades espaciais heterotopologia espacialidade. letras práticas discursivas imagético-espaciais setting identities imagetic setting discoursive practices heterotopology setting.

Documentos Relacionados