Caracterização da etiologia da podridão espumosa do abacaxi. / Characterization of the etiology of frothy pineapple rot.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/10/2010

RESUMO

O cultivo do abacaxizeiro (Ananas comosus var. comosus) vem se desenvolvendo com grande rapidez no Brasil e em especial no Estado do Espírito Santo. Esta cultura vem sofrendo com a incidência da podridão espumosa, que ocorre no fruto em épocas quentes e úmidas, após períodos de seca e calor. Os sintomas são a intensa deterioração e fermentação da polpa, abertura de fendas na casca, exsudação de líquido e gás. A partir de frutos sintomáticos foram obtidos isolados de leveduras e bactérias os quais foram identificados por técnicas bioquímicas clássicas e pelo sequenciamento genético parcial da região D1/D2 da subunidade 26S rDNA (leveduras) e 16S rDNA (bactérias). Os microrganismos foram caracterizados quanto ao aspecto das colônias, quanto à atividade antifúngica e quanto à temperatura ótima de crescimento e produção de etanol em suco de abacaxi. A capacidade dos microrganismos em produzir enzimas celulase, protease e pectinase foi avaliada por metodologia qualitativa. Testes de patogenicidade foram realizados em frutos de abacaxi e em diferentes hospedeiros (batata-doce, batata inglesa, cebola, pimentão, tomate e uva). Os isolados foram avaliados quanto à capacidade de produção de biofilme. As leveduras foram identificadas como Candida krusei, Saccharomyces cerevisiae e Kloeckera apis e o isolado bacteriano foi identificado como Klebsiella pneumoniae subsp. pneumoniae. A levedura C. krusei apresentou atividade micocinogênica sobre os demais isolados, prevalecendo nas condições de co-cultivo em suco de abacaxi. C. krusei e K. apis apresentaram atividade antifúngica sobre Fusarium guttiforme (Sin.: F. subglutinans f. sp. ananas). A temperatura ótima de crescimento foi de 35C para C. krusei e S. cerevisiae, e 30C para K. apis e K. pneumoniae subsp. pneumoniae. A temperatura para a máxima produção de etanol foi de 35C para C. krusei e K. apis e 40C para S. cerevisiae. Nenhum dos isolados foi capaz de produzir protease, celulase e pectinase nos testes qualitativos realizados, nem de produzir sintomas de deterioração em diferentes hospedeiros ou em partes aclorofiladas de folhas do abacaxizeiro. C. krusei, K. apis e K. penumoniae subsp. pneumoniae foram capazes de produzir biofilme, enquanto S. cerevisiae não. Os Postulados de Koch foram plenamente satisfeitos em frutos inoculados com a combinação dos quatro isolados, com número total de microrganismos acima de 2,0 x 105 UFC/mL (cada microrganismo: 5,0 x 104 UFC/mL); temperatura de incubação de 40C; frutos com sintomas de translucidez da polpa. Pode-se concluir que a doença exige uma combinação de fatores bióticos (número e tipos de microrganismos), ambientais (temperatura e umidade) e condição fisiológica do fruto (translucidez) para desenvolver os sintomas.

ASSUNTO(S)

podridão espumosa abacaxi ananas comosus var. comosus leveduras fermentação agronomia fruit collapse pineapple ananas comosus var. comosus yeasts fermentation

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