CaracterizaÃÃo e avaliaÃÃo do potencial de uso de lodos de estaÃÃes de tratamento de esgoto domÃstico da RegiÃo Metropolitana do Recife

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

O lodo removido nas diferentes etapas em uma estaÃÃo de tratamento de esgoto domÃstico (ETE), por apresentar grandes quantidades e composiÃÃo muito variÃvel constitui um problema complexo. Esta composiÃÃo està relacionada com as caracterÃsticas da Ãgua de abastecimento e do esgoto gerado, com o processo de tratamento do esgoto, com as diferentes possibilidades de tratamento e disposiÃÃo do lodo e com seus possÃveis usos. O lodo necessita tratamento, seja para a reduÃÃo de seu volume ou umidade, seja para a estabilizaÃÃo da matÃria orgÃnica, aproveitamento ou disposiÃÃo final. O tipo de tratamento serà funÃÃo da sua qualidade, caracterÃsticas de operaÃÃo e processo, custos, condiÃÃes climÃticas, impactos ambientais, da prÃpria distÃncia de transporte e da dificuldade ou facilidade de se encontrar locais apropriados ou seguros para o destino final do lodo. Um primeiro passo para a escolha do tipo de tratamento mais adequado à avaliar o seu posterior uso potencial e a sua caracterizaÃÃo fÃsico-quÃmica e microbiolÃgica (teor de umidade, macro e micronutrientes, metais pesados e microrganismos, entre outros). O Estado de Pernambuco nÃo possui dados referentes a essas caracterÃsticas, nem das suas principais estaÃÃes de tratamento de esgotos, cuja maioria se encontra na RegiÃo Metropolitana do Recife. Consequentemente, nÃo se sabe ainda qual a alternativa mais apropriada de disposiÃÃo final do lodo de ETEs, com possÃvel aproveitamento do seu valor conÃmico e agronÃmico. A presente dissertaÃÃo teve como objetivo determinar as caracterÃsticas fÃsicoquÃmicas e avaliar o potencial de uso de lodos digeridos de trÃs ETEs, sendo duas com reatores anaerÃbios tipo UASB, com redes coletoras do sistema do tipo condominial (ETE Mangueira e ETE Vila SÃo JoÃo, Recife) e uma com reator aerÃbio (ETE Cabo, Cabo de Santo Agostinho). Para efeito de comparaÃÃo dos resultados de metais pesados, foram incluÃdos tambÃm lodos de 3 estaÃÃes de tratamento de Ãgua (ETA) da RMR (Castello Branco, Gurjaà e Suape). Estas determinaÃÃes analÃticas se estenderam ainda à fase lÃquida das ETAs e ETEs estudadas. Utilizando-se da tÃcnica de anÃlise de componentes principais, os resultados de metais nos lodos, tanto de ETAs quanto de ETEs, mostraram que os teores de alumÃnio, ferro, sÃdio, cÃlcio e cobre, principalmente, sÃo preocupantes caso a disposiÃÃo final seja atravÃs do seu uso agrÃcola. Entretanto, os metais pesados em ambos os lodos ficaram abaixo dos limites admissÃveis; uma exceÃÃo ocorreu em relaÃÃo ao teor de cobre da ETE Cabo. Nos lodos de ETEs com reatores UASB, observou-se que em geral, os teores de sÃlidos totais volÃteis e sÃlidos suspensos volÃteis ficaram abaixo dos valores encontrados em outras ETEs similares. Esse resultado foi atribuÃdo ao tipo de rede de coleta, com quantidade significativa de areia e pobre retenÃÃo nos desarenadores existentes. As concentraÃÃes de alumÃnio e de manganÃs nos lodos anaerÃbios estiveram acima dos valores encontrados em outras ETEs. Os resultados dos lodos de UASB em leitos de secagem mostraram que eles se apresentam com boas caracterÃsticas para rÃpida desidrataÃÃo, em menos de 4 semanas e com bom potencial em termos de nutrientes. A determinaÃÃo de atividade metanogÃnica especÃfica do lodo de reator UASB resultou em valores compatÃveis para biomassa alimentada com esgoto domÃstico; com valores entre 0,08 e 0,19 g DQO/ g SSV.dia, para teores de SSV entre 1,85 g SSV/L e 0,57 g SSV/L, respectivamente, quando o substrato (acetato de sÃdio) foi utilizado em concentraÃÃo de 2 g DQO/L nos ensaios. Os resultados obtidos necessitam complementaÃÃes no tocante as suas caracterÃsticas, entretanto, pode-se avaliar que o seu potencial para uso agrÃcola à bastante promissor. No entanto, recomenda-se um prÃvio tratamento do lodo na forma de vermicompostagem ou co-compostagem, antes de seu uso

ASSUNTO(S)

esgoto domÃstico â tratamento â lodos (metais pesados e nutrientes) - utilizaÃÃo lodos â caracterizaÃÃo fÃsicoquÃmica â potencial de uso biossÃlidos engenharia civil

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