Características clínicas e demográficas dos pacientes hipertensos acompanhados no ambulatório de Clínica Médica de um hospital universitário na cidade do Rio de Janeiro

AUTOR(ES)
FONTE

Sao Paulo Medical Journal

DATA DE PUBLICAÇÃO

2004-05

RESUMO

CONTEXTO: A hipertensão é um dos mais importantes fatores de risco cardiovasculares e a dificuldade de controle dos níveis tensionais é um desafio aos médicos em todo o mundo. Para melhorar o controle da pressão arterial é importante garantir a qualidade da assistência aos pacientes hipertensos, principalmente em hospitais de ensino nos quais futuros médicos estão sendo formados. OBJETIVOS: Caracterizar o perfil dos hipertensos do ambulatório de Clínica Médica de um hospital universitário no Rio de Janeiro e descrever o risco cardiovascular desses pacientes, identificando as falhas na assistência prestada aos hipertensos graves, visando nortear a implementação de um Programa de Hipertensão Arterial do hospital. TIPO DE ESTUDO: Estudo descritivo transversal. LOCAL: Ambulatórios de Clínica Médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro. MÉTODOS: A população alvo foi composta pelos pacientes hipertensos em acompanhamento no ambulatório de Clínica Médica por um período de quatro meses. Os médicos assistentes obtiveram informações sobre dados demográficos, fatores de risco cardiovascular, lesões de órgãos-alvo, pressão arterial na consulta, terapêutica instituída e adesão do paciente ao tratamento. A distribuição das características dos pacientes foi descrita com as médias e respectivos desvios-padrão e proporções. RESULTADOS: Dentre os pacientes vistos no período, 24,2% (1.699 pacientes) eram hipertensos, dos quais 65% eram mulheres. A idade média foi de 63,9 anos (desvio-padrão = 11,6). Dislipidemia (49,2%) e diabetes (29,8%) foram os fatores de risco mais encontrados, o órgão alvo mais atingido foi o coração (46,1%) e 70% dos pacientes foram estratificados como de alto risco cardiovascular. Apesar da elevada intensidade de tratamento instituído nos pacientes mais graves (19,4% em um regime de tratamento anti-hipertensivo com três ou mais drogas) o controle da pressão arterial foi baixo (27%). Este estudo orientou a elaboração de uma rotina de diagnóstico e tratamento de hipertensão arterial e norteou os objetivos do Programa de Hipertensão Arterial do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UCFF-UFRJ), recém-implantado. CONCLUSÃO: Os pacientes hipertensos em tratamento neste Hospital têm elevado risco cardiovascular e controle inadequado dos níveis tensionais. Faz-se necessário maior esforço para controlar a pressão arterial, pois só assim será possível reduzir a morbimortalidade cardiovascular.

ASSUNTO(S)

hipertensão controle pressão arterial monitorização ambulatorial da pressão arterial doenças cardiovasculares

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