Adesão ao tratamento medicamentoso de pacientes com doenças inflamatórias intestinais acompanhados no ambulatório de um hospital universitário

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-12

RESUMO

RACIONAL: A adesão ao tratamento medicamentoso nas doenças inflamatórias intestinais apresenta grande importância clínica e social. Porém, são escassos os estudos sobre este tema em nosso meio. OBJETIVO: Investigou-se a adesão ao tratamento medicamentoso prescrito, bem como a influência de alguns fatores sobre a adesão, de pacientes com doenças inflamatórias intestinais em acompanhamento em ambulatório de Gastroenterologia de um hospital universitário ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS). MÉTODO: Realizou-se estudo transversal, com métodos indiretos, para avaliar a adesão ao tratamento de 26 casos da doença de Crohn, 26 pacientes com retocolite ulcerativa e 4 com colite indeterminada, que faziam uso contínuo de medicamentos, dos quais 89,3% eram fornecidos pelo SUS. Os pacientes foram classificados como tendo alto ou baixo grau de adesão, com base em dois diferentes instrumentos. RESULTADOS: A análise dos medicamentos utilizados revelou baixa adesão em 15,4% de pacientes com doença de Crohn e 13,3% com retocolite ulcerativa. Porém, o teste de Morisky, que avalia hábitos de uso dos medicamentos, mostrou 50% de baixa adesão na doença de Crohn e 63,3% na retocolite ulcerativa. Análise univariada evidenciou na doença de Crohn relação entre baixa adesão e maior duração da doença, estado marital instável, residência próxima ao hospital e envolvimento do cólon. Na retocolite ulcerativa observou-se relação entre baixa adesão e atividade da doença e maior número de medicamentos em uso. Porém, a análise multivariada não evidenciou relação estatisticamente significativa que indicasse influência de qualquer fator sobre a adesão ao tratamento. CONCLUSÕES: Proporções elevadas de pacientes com doenças inflamatórias intestinais apresentam hábitos de uso de medicamentos indicativos de baixa adesão, difíceis de prever a partir de dados demográficos e clínicos, o que aponta para a necessidade de maior atenção dos profissionais de saúde a este importante aspecto do tratamento.

ASSUNTO(S)

enteropatias inflamatórias doença de crohn colite ulcerativa uso de medicamentos cooperação do paciente pacientes ambulatoriais

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