Cana-de-açúcar na alimentação de vacas e novilhas leiteiras em crescimento / Sugar-cane in the feeding of dairy cows and growing heifers

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Objetivou-se avaliar o efeito de uma dieta à base de cana-de-açúcar corrigida com concentrado à base de farelo de soja (FS) para vacas de leite, sobre os consumos e as digestibilidades aparentes de nutrientes, a produção e composição do leite, economicidade de dietas, pH e a concentração de nitrogênio amoniacal (N-NH3) no líquido ruminal, a excreção de uréia na urina, a concentração de uréia no soro (NUS), o balanço de compostos nitrogenados e a síntese de proteína microbiana, comparada a três outras dietas à base de cana-de-açúcar com níveis crescentes da mistura de uréia e sulfato de amônia (9:1) (uréia), 0,4; 0,8 e 1,2 %, na base da matéria natural. Foram utilizadas 12 vacas da raça Holandesa, puras e mestiças, arranjadas em três quadrados latinos 4 x 4, distribuídas de acordo com o período de lactação. Após análise de variância, procedeu-se à decomposição da soma dos quadrados para tratamentos em contrastes não ortogonais relativos à comparação entre concentrado à base de FS e os diferentes níveis de uréia, e os efeitos de ordem linear e quadrática relativos à variação dos níveis de uréia. As dietas foram isonitrogenadas com aproximadamente 14% de proteína bruta, com base na matéria seca (MS). A quantidade de concentrado fornecida diariamente foi de 1 kg para cada 2 kg de leite produzido. Não observou-se diferença (P>0,05) nos consumos de MS, matéria orgânica (MO), extrato etéreo (EE), carboidratos totais (CHO), carboidratos não fibrosos (CNF), fibra em detergente neutro (FDN) e MS g/kg0,75 entre as dietas experimentais. Entre os diversos níveis de uréia constatou-se efeito linear decrescente para consumo de FDN kg/dia e FDN (%PV). Não houve diferença (P>0,05) para os coeficientes de digestibilidade aparente (CD) da MS, MO, PB, EE, FDN e CNF, quando se comparou a dieta com concentrado à base de FS e aquelas contendo diferentes níveis de uréia. Verificou-se efeito linear crescente entre os tratamentos com uréia para os CDCHO e NDTobs. Não houve diferença entre as dietas para produção de leite sem e com correção para 3,5% de gordura, e para a composição do leite quando se comparou a dieta com concentrado à base de FS com as dietas com diferentes níveis de uréia. As dietas contendo uréia quando comparadas com a que utilizou concentrado à base de FS, apresentaram um maior saldo, justificando economicamente a sua utilização para redução dos custos de alimentação, em dietas à base de cana-de-açúcar. O pH ruminal e N-NH3 não diferiram (P>0,05) nos tempos de coleta, quando se comparou o concentrado à base de FS e os diferentes níveis de uréia. Entre as dietas com uréia, verificou-se efeito quadrático (P<0,05) para ambos os tempos de coleta. Foram observadas menores (P<0,05) excreções de uréia na urina para a dieta contendo FS, em relação aos níveis 0,8 e 1,2% de uréia. Não observou-se diferença para o NUS entre o tratamento à base de FS e uréia em seus diferentes níveis. O balanço de compostos nitrogenados (BN) não diferiu entre a dieta à base de concentrado de FS e as dietas com diferentes níveis de uréia. A síntese de compostos nitrogenados microbianos não diferiu entre os diversos tratamentos. A correção da cana-de-açúcar com 1,2% da mistura de uréia e sulfato de amônia (9:1) apresentou-se como melhor opção econômica, para vacas leiterias produzindo 20 litros de leite por dia. Avaliou-se também, a resposta de novilhas leiteiras alimentadas com dieta à base de silagem de milho com 1,3 kg/dia de ração concentrada em comparação a três dietas à base de cana-de-açúcar corrigida com 1% da mistura de uréia e sulfato de amônia (9:1) (uréia), com 1,3; 2,0 e 2,7 kg/dia de ração concentrada. Foram utilizadas 20 novilhas, sendo 12 da raça Holandesa e 8 da raça Pardo-Suíça, com peso médio inicial 176 kg. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados, com 5 blocos, sendo cada animal considerado uma unidade experimental e os blocos formados de acordo com o peso inicial e a raça dos animais. Os consumos de matéria seca (CMS) independente da forma de expressão, matéria orgânica (MO) e fibra detergente neutro (FDN) não diferiram entre a dieta de silagem de milho e as de cana-de-açúcar. Maior consumo de extrato etéreo (EE) (P<0,05) foi observado para a dieta de silagem de milho quando comparada às dietas à base de cana-de-açúcar. Para os carboidratos totais (CHO) e os carboidratos não-fibrosos (CNF), verificou-se diferença nos consumos entre a dieta com silagem de milho e os tratamentos á base de cana-de-açúcar (1,3 e 2,0 kg de concentrado). Foi observado menor consumo de NDT entre a dieta á base de silagem de milho e a de cana-de-açúcar (2,0 kg de concentrado). Foi observado efeito significativo (P<0,05) entre as dietas para os coeficientes de digestibilidade da PB, EE, CHO e FDN. Não houve diferença significativa para o ganho de peso total (GPT/kg) e ganho médio diário (GMD/kg/dia) entre a dieta à base de silagem de milho e a de cana-de-açúcar com 2,7 kg de concentrado, em relação às dietas com cana-de-açúcar. O tratamento com silagem de milho apresentou maior saldo por animal (R$/cab/dia) e por ganho de peso (R$/kg). O pH ruminal não diferiu nos tempos de coleta entre as dietas experimentais. A N-NH3 foi menor (P<0,05) três horas após a alimentação para dieta à base de silagem de milho quando comparado aos tratamentos à base de cana-de-açúcar.

ASSUNTO(S)

desempenho dairy cattle protein synthesis cana-de-açúcar nutricao e alimentacao animal sugar-cane bovino de leite performance síntese de proteína

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