Avaliação do rastreamento do câncer do colo do útero na estratégia de saúde da família no município de Amparo, São Paulo, Brasil / Assessment of the cervical cancer screening in the family health strategy in Amparo, São Paulo State, Brazil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil não tem sido efetivo em reduzir as altas taxas de incidência e mortalidade desta neoplasia, apesar de o Ministério da Saúde ter estabelecido há mais de 20 anos as normas definindo a população-alvo e a periodicidade dos controles. A territorialização e o cadastramento das famílias pelo Programa de Saúde da Família favorecem a ruptura com o padrão oportunístico do rastreamento e com a identificação das mulheres que nunca fizeram o exame citológico ou estão há mais de três anos sem fazê-lo. Este estudo analisou se o rastreamento do câncer do colo do útero avançou no sentido de seguir as recomendações vigentes, ao longo de sete anos de implantação do Programa de Saúde da Família em Amparo, município do interior de São Paulo, referência em ações de atenção básica. Os objetivos foram verificar a variação da frequência dos exames realizados em função do intervalo desde o último controle, do grupo etário, da cobertura das ações de rastreamento e dos exames realizados em excesso. O estudo foi longitudinal e retrospectivo. Os sujeitos foram todas as mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde que realizaram o exame citológico de rastreamento de janeiro de 2001 a dezembro de 2007. Para análise estatística, foi utilizado o teste de qui-quadrado modificado por Cochran-Armitage para tendência. A periodicidade anual manteve-se alta no período do estudo, variando entre 51,2% e 59,7% do total dos controles realizados. Houve aumento estatisticamente significante, ainda que discreto, em números relativos, dos exames realizados com intervalo de dois anos ou mais desde o último controle, como também houve redução das mulheres realizando exame pela primeira vez. A distribuição de exames tendeu a aumentar no grupo etário 40-59 anos e a diminuir no grupo etário com mais de 60 anos. Os percentuais de exames em excesso variaram de 61,2% a 65,5%. Concluindo, a qualificação do rastreamento do câncer do colo do útero foi discreta e não modificou o padrão oportunístico dos controles. O Programa da Saúde da Família, ainda que possa ser uma estratégia com potencial para organizar o rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil, não mostrou impactos evidentes neste sentido. Os agentes comunitários de saúde, componentes das equipes de saúde da família, podem atuar no sentido de identificar as mulheres-alvo que não estão realizando regularmente os controles periódicos. Portanto é essencial capacitá-los para cumprir este papel

ASSUNTO(S)

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