Avaliação da cicatrização estimulada por aceleradores, em pacientes adultos com hanseníase, portadores de úlceras plantares / Avaliação da cicatrização estimulada por aceleradores, em pacientes adultos com hanseníase, portadores de úlceras plantares

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A úlcera plantar decorrente da hanseníase é freqüente e de difícil tratamento. Ela resulta das alterações neurais e dermatológicas advindas da diminuição e/ou perda das funções motora, sensitiva e autonômica dos nervos periféricos infectados pelo bacilo de Hansen. Para medir o tempo de cicatrização estimulada por aceleradores, em pacientes adultos com hanseníase, portadores de úlceras plantares, trataram-se 52 úlceras. Trata se, portanto, de um estudo Clínico Descritivo Prospectivo com Intervenção sem Controle, cuja duração foi de 3 anos e 6 meses. O tratamento, feito com curativos à base de alginato, hidrocolóide e colágeno, foi padronizado em função da fisiologia e das necessidades de cicatrização das feridas. O tratamento iniciava-se com o alginato, devido, via de regra, à grande de perda de tecido, alta exsudação e contaminação da úlcera plantar. Após várias trocas de alginato, quando a exsudação e a contaminação eram controladas, e a ferida apresentava tecido de granulação, iniciava-se uma seqüência de trocas de hidrocolóide. Assim que a ferida começava dar sinais de epitelização, passava-se à aplicação do colágeno, que estendia-se até a cura. A úlcera plantar foi considerada curada quando apresentava força tênsil e era coberta por tecido queratinizado. Todo o processo de cicatrização foi acompanhado por meio de registros no Instrumento de Coleta de Dados e Avaliação, e por fotografias seriadas, que formam um banco de dados para consulta permanente. Para o estudo, foram admitidos pacientes adultos, de ambos os sexos, com idade entre 19 e 80 anos, cuja média foi de 46 anos. Os dados foram tabulados e descritos em função das diversas variáveis individuais (idade, sexo, tempo prévio da úlcera, dor, prurido etc.). Uma vez obtida a cicatrização e medido o seu tempo para cada ferida, os resultados também foram tabulados em função das variáveis. Ambos, dados e resultados, foram tratados estatisticamente pelo programa Microsoft Excel, versão 2007. Relacionaram-se essas diversas variáveis ao tempo de cicatrização na tentativa de encontrar correlações entre tais variáveis e o tempo de cicatrização, e a partir daí tentou-se encontrar os fatores que interferem na cicatrização das úlceras plantares causadas pela hanseníase. Após o tratamento descrito, o tempo de cicatrização variou de 3 a 125 semanas. A maior parte da amostra, 26 pacientes (50,1%), apresentou cicatrização entre 6 e 10 semanas. O tempo de médio de cicatrização foi de 19 semanas, mas tal resultado foi puxado para cima em função das úlceras que demoraram muito para cicatrizar. A mediana, mais representativa para a amostra, foi de 9,4 semanas. O desvio padrão foi de 23,4 semanas, mostrando a grande dispersão dos resultados, que, por sua vez, reflete semelhante dispersão dos dados. O índice de sucesso do tratamento foi de 98%, pois das 52 úlceras tratadas, apenas 1 não cicatrizou.

ASSUNTO(S)

úlcera plantar ciencias da saude hanseníase cicatrização estimulada curativo

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