Em pacientes residentes em áreas endêmicas ou contactantes domiciliares de portadores de hanseníase, o uso de quimioprofilaxia é eficaz na prevenção da doença?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Dharmendra,1965

732

3,80

7,96

0,48 (0,26-0,89)

24

Wardekar,1969

25.686

0,02

0,27

0,08 (0,03-0,27)

393

Noordeen,1969

718

5,86

12,77

0,46 (0,28-0,75)

15

Noordeen,1976

2.000

7,20

10,90

0,66 (0,50-0,88)

27

Noordeen,1977

700

5,14

9,14

0,56 (0,32-0,98)

25

Neelan,1986

560

4,64

10,71

0,43 (0,23-0,81)

17

O uso da quimioprofilaxia é eficaz em reduzir a incidência de hanseníase, particularmente entre contactantes domiciliares, que possuem um maior risco de desenvolver a doença.

A revisão permite concluir a favor da efetividade do uso de quimioprofilaxia com dapsona e acedapsona na prevenção da hanseníase. Entretanto sabe-se que estes estudos também levantaram uma questão importante: o desenvolvimento de resistência à medicação, quando usada em larga escala e em monoterapia. Surge, portanto um dilema entre uma ação individual e a responsabilidade com a coletividade. Este cenário é parte do cotidiano dos médicos de família e comunidade, sendo sua competência o adequado manejo de cada situação. Estudos mais recentes têm avaliado o uso de outros antimicrobianos na quimioprofilaxia da hanseníase, em especial a combinação de rifampicina, ofloxacina e minociclina. Outra questão relevante é o real efeito da prevenção. O longo período de incubação da hanseníase torna difícil avaliar se os efeitos observados são mesmo decorrentes da intervenção. Além disso, alguns estudos com um follow-up mais prolongado têm demonstrado que a eficácia da quimioprofilaxia parece diminuir com o tempo.

A revisão sistemática identificou 14 ensaios, sendo 6 ensaios randomizados, dos quais 4 com o uso de dapsona oral e 2 com o uso de acedapsona intramuscular (Noorden,1977 e Neelan,1986), totalizando 30395 participantes. A duração média dos estudos foi de 4,1 anos, com variação de 2 a 5,5. No maior desses estudos (Wardekar,1969), com n = 25.685, os pacientes não eram contactantes domiciliares de portadores de hanseníase, estando expostos a um menor risco de desenvolver a doença. Já nos outros cinco estudos os pacientes acompanhados eram contactantes domiciliares de portadores de hanseníase lepromatosa ou MB, com exceção de um estudo (Noordeen,1976) onde o paciente índice apresentava forma PB de hanseníase.

* – em percentual

Os autores da revisão sistemática também apresentam uma meta-análise dos resultados do estudo, onde se nota um risco relativo de 0,46 (efeito protetor), com um intervalo de confiança de 0,32 a 0,66.

 

ASSUNTO(S)

promoção da saúde a78 hanseníase e outras doenças infecciosas ne hanseníase quimioprevenção 1a – estudos de revisão sistemática / ou estudos ensaios clínicos randomizados (ecr) hanseniase

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