Atà os limites do tipo: emergÃncia, adequaÃÃo e permanÃncia das propriedades sÃcio-espaciais dos edifÃcios de re-formaÃÃo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta dissertaÃÃo discute o conceito de tipo edilÃcio na teoria da arquitetura. Entende-se, todavia, que edifÃcios sÃo essencialmente fatos sociais â sÃo concebidos para dar suporte à realizaÃÃo de eventos programados no espaÃo, sendo a forma edificada originada em um arranjo espacial de lÃgica social. Argumenta-se, a partir das idÃias de autores da morfologia da arquitetura â principalmente Thomas Markus, Bill Hillier e Julienne Hanson â que esta relaÃÃo entre espaÃo e sociedade à o critÃrio mais adequado para a distinÃÃo das identidades dos diversos tipos de edifÃcios. A discussÃo à realizada atravÃs da caracterizaÃÃo da identidade de um tipo edilÃcio constituÃdo por exemplares concebidos para favorecer o controle e a vigilÃncia de indivÃduos sobre outros indivÃduos â necessidades prÃprias de instituiÃÃes como prisÃes, hospitais e manicÃmios: os edifÃcios de re-formaÃÃo. A consistÃncia desta identidade, ou a permanÃncia das propriedades do tipo nos vÃrios exemplares de edifÃcios realizados para aquelas instituiÃÃes, à aferida ao se considerar, complementarmente, uma tentativa de subversÃo tipolÃgica: a mudanÃa de uso da Casa de DetenÃÃo do Recife (uma penitenciÃria do sÃculo XIX) para a Casa da Cultura de Pernambuco (um mercado de artesanato regional). O exemplar da Casa de DetenÃÃo do Recife torna-se o caso de referÃncia para se realizar uma anÃlise da proveniÃncia do tipo. Parte-se das origens histÃricas e sociais dos edifÃcios de re-formaÃÃo â as idÃias em torno da sua emergÃncia â e da relaÃÃo delas com as soluÃÃes arquitetÃnicas apresentadas por uma sÃrie de exemplares surgidos na modernidade ocidental, inclusive, a Casa de DetenÃÃo do Recife. Neste estudo, aponta-se o edifÃcio como um exemplar filiado Ãs prerrogativas do que seria uma prisÃo ideal do sÃculo XIX, uma soluÃÃo que agregava todos os conhecimentos anteriores sobre controle e vigilÃncia de indivÃduos de modo preciso e refinado. Fazendo uso do referencial teÃrico e metodolÃgico da teoria da lÃgica social do espaÃo e do seu instrumental analÃtico (a sintaxe espacial), organiza-se uma genealogia sÃcio-espacial dos edifÃcios de re-formaÃÃo, de modo a situar a Casa de DetenÃÃo do Recife no processo mais amplo de adequaÃÃo das soluÃÃes espaciais Ãs demandas sociais. Compreendem-se quais as suas particularidades e em que medida elas tiveram influÃncia no processo de subversÃo. As propriedades identificadas nesta anÃlise sÃo comparadas com aquelas adquiridas pelo edifÃcio apÃs duas tentativas de adequaÃÃo à nova funÃÃo de mercado â correspondendo a duas intervenÃÃes sobre a sua estrutura espacial. Ao final, vÃ-se que a identidade tipolÃgica da re-formaÃÃo permanece mesmo apÃs a mudanÃa de uso. Esta permanÃncia o torna um edifÃcio limitado pelas restriÃÃes a potenciais encontros entre indivÃduos e pelo alto grau de hierarquia da vigilÃncia apresentados pela sua estrutura de espaÃos. Tais caracterÃsticas sÃo muito distantes das necessidades de livre circulaÃÃo, mÃxima exposiÃÃo e aleatoriedade de encontros tÃpicos de um mercado. Suas propriedades espaciais, portanto, confirmam-se como um critÃrio consistente de identificaÃÃo tipolÃgica do exemplar. Elas restringem a subversÃo completa do tipo re-formador â que sà teria ocorrido se houvesse uma descaracterizaÃÃo espacial total do edifÃcio; o que se demonstra que, de fato, nÃo ocorreu

ASSUNTO(S)

tipo architectural theory teoria da arquitetura spatial configuration configuraÃÃo espacial arquitetura e urbanismo visibilidade permeability type visibility permeabilidade

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