ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA ESQUISTOSSOMOSE E CO-INFECÇÃO POR ENTEROPARASITAS UTILIZANDO GEOPROCESSAMENTO. / EPIDEMIOLOGICAL ASPECTS OF SCHISTOSOMIASIS AND COINFECTION PARASITES USING GEOPROCESSING.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/03/2011

RESUMO

O presente estudo visa investigar a relação entre a infecção por Schistosoma mansoni e outras enteroparasitoses. A pesquisa foi delineada em dois modelos de estudo: no primeiro (Artigo 1) foi realizado um estudo ecológico objetivando avaliar a frequência e distribuição geográfica dos casos diagnosticados de Infecção por S. mansoni e enteroparasitas utilizando um levantamento da base de dados da Secretaria de Saúde do Estado de Sergipe de 2005 a 2008. A partir da matriz bruta do Programa de Controle da Esquistossomose de Sergipe (PCE-SE) formulou-se banco de dados no qual se realizou análises de freqüência e distribuição geográfica das infecções por S. mansoni e outros enteroparasitas com o software SPRING 5.0 para confeccção de mapas. Os resultados deste estudo revelaram elevada frequência de esquistossomose em diversos municípios do Estado. Analisando os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH) destes municípios, foi observado que os municípios com uma prevalência da esquistossomose menor que 15% há maior rede de esgoto (Indice de Higiene) em comparação com aqueles com prevalências maiores do que 15% (p=0,05). Foi também encontrado maiores IDH educacionais nos municípios com prevalência de ancilostomídeos menores de 10% em comparação com os maiores de 10% (p=0,04). O segundo modelo foi um estudo transversal no município de Ilha das Flores-SE (Artigo 2), objetivando estudar em uma área com elevada prevalência de esquistossomose a interação de diversas variáveis socioambientais, epidemiológicas e clínicas com uma perspectiva geográfica. Neste estudo, foram estudados 570 indivíduos através de inquérito com coleta de dados socioeconômicos, clínico-epidemiológicos e coproscópicos georeferenciados, realizado de Setembro 2008 a abril de 2010. Neste estudo foi criado um banco de dados georeferenciado e realizado análise geoestatística para determinar e predizer 11 poliparasitismo entre S. mansoni e parasitas intestinais, através do estimador de densidade Kernel. Os resultados demonstram que Trichuris trichiura (54,8%), Ascaris lumbricoides (49,2%), Entamoeba coli (25,6%) e S. mansoni (24,0%), foram as espécies predominantes. A estatística espacial analisou a estimativa da dispersão de fatores de risco epidemiológicos para determinar os locais prováveis de contaminação. Foram encontradas associações entre infecção por S. mansoni e ser do gênero masculino (65.2% homens, p = 0,003), ser lavrador (p <0,001) ou pescador (p <0,001), ter baixo nível educacional (p<0,001) e ter baixa renda (p = 0,0005), ter qualquer nível de contato com águas naturais (p <0.001) e beber água não tratada (p <0,001). Detectamos associações entre A. lumbricoides (p=0,0002) e Ancylostoma/ Necator (p=0,01) com baixa renda e entre A. lumbricoides e T. trichiura com beber água não tratada (p=0,02 for ambos) e ter esgoto a céu aberto (p=0,001 e p=0,0005, respectivamente). Estes dados podem ser integrados ao programas de controle de esquistossomose e outras parasitoses.

ASSUNTO(S)

epidemiologia morbidade geoprocessamento co-infecção parasitária helmintos ciencias da saude schistosomiasis schistosoma mansoni esquistossomose schistosoma mansoni epidemiology morbidity geoprocessing co-infection of parasites helminths

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