Aquisição do controle esfincteriano em uma coorte de nascimentos: situação aos 2 anos de idade

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-10

RESUMO

OBJETIVOS: O aprendizado do controle esfincteriano é influenciado por fatores fisiológicos, psicológicos e socioculturais. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de crianças sem fraldas aos 24 meses e seus fatores associados. MÉTODOS: Um total de 3.281 crianças nascidas no ano de 2004 em Pelotas (RS) foi incluído em um estudo longitudinal. Aos 24 meses, as mães responderam a um questionário domiciliar com questões sociodemográficas, características dos hábitos miccionais e intestinais das crianças, com atenção ao treinamento esfincteriano. Foi empregada a regressão de Poisson para as análises multivariáveis. RESULTADOS: Do total, 24,3% estavam sem fraldas durante o dia, com predomínio do sexo feminino (27,8 versus 21,1%, p < 0,001) e 8,6% sem fraldas durante a noite, também com predomínio do sexo feminino (10,6 versus 6,8%, p < 0,001). As habilidades necessárias ao aprendizado do controle esfincteriano estavam presentes em 85,5% das crianças. Orientação pediátrica ocorreu em 10% das crianças, mais freqüente nas mães mais ricas em relação às mais pobres (22,9 versus 4,8%). Mães mais escolarizadas (13,2%) e mais ricas (14%) retiram as fraldas mais tardiamente; maior número de crianças em casa (risco relativo = 1,32) e indicar a necessidade de ir ao vaso (risco relativo = 11,74) aumentam a probabilidade de retirar as fraldas; tentativa anterior sem sucesso retarda a retirada de fraldas (risco relativo = 0,59). CONCLUSÕES: Embora as habilidades necessárias para a aquisição do controle esfincteriano já estejam presentes aos 24 meses, indicando que um treinamento esfincteriano pode ser iniciado, a maioria das crianças ainda não tinha iniciado esse treinamento. As mães com melhor nível de informação retardam mais esse treinamento.

ASSUNTO(S)

treinamento de toalete crianças controle esfincteriano disfunção miccional

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