Análise química e biológica em alcalóides do gênero hippeastrum (amarylidaceae) / Chemical and biological analysis of alkaloids from the genus Hippeastrum (AMARYLLIDACEAE)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A pesquisa de substâncias biologicamente ativas, advinda principalmente de plantas, tem levado a descoberta de moléculas clinicamente benéficas. A família Amaryllidaceae é conhecida por sintetizar alcalóides biologicamente ativos, principalmente do grupo tetraisoquinolínico. Estudos têm demonstrado que a atividade biológica destes vegetais está relacionada com a presença deste grupo de metabólitos secundários. No Rio Grande do Sul, é encontrado o gênero Hippeastrum, pertencente a família Amaryllidaceae. Neste trabalho, realizou-se a investigação preliminar de alcalóides dos extratos de Hippeastrum papilio, coletada na região serrana do estado. Foram isoladas 12 substâncias, nas quais 9 apresentam carcaterísticas químicas de alcalóides de Amaryllidaceae. Estudos preliminares de CLAE-EM e CG-EM apontam para a existência de alcalóides de núcleos licorina e haemantamina, além de núcleo galantamina, em menor quantidade. Estas análises também mostram a possibilidade de estruturas inéditas. Os extratos enriquecidos em alcalóides de Hippeastrum papilio demonstraram uma grande capacidade de inibição da enzima acetilcolinesterase, pelo método da bioutografia em cromatoplaca. Além disso, foi realizada a análise comportamental do alcalóide montanina, previamente isolada de Hippeastrum vittatum Este alcalóide foi avaliado na tarefa de reconhecimento de objeto, com administração intrahipocampal, testado 24 horas pós-treino (memória de longa duração). Obteve-se curva dose-resposta para o alcalóide, com dose pró-cognitiva estatisticamente significante de 1μg/μl. Esta mesma dose foi avaliada na mesma tarefa para obtenção de curva temporal. Montanina demonstrou atividade pró-cognitiva na mesma tarefa e testada 24 horas pós-treino, em administração imediatamente pós-treino, 180 minutos pós-treino, mas não em 360 min pós-treino. O alcalóide montanina também foi avaliado quanto ao perfil de inibição da enzima acetilcolinesterase, utilizando método de ultravioleta. Obteve-se inibição da enzima em concentrações de 10 μM, 100 μM e 1 mM. Os resultados obtidos neste trabalho apontam para a necessidade de continuação da investigação química de Hippeastrum papilio, motivada pelo grande potencial de inibição da enzima acetilcolinesterase e por possibilidade de isolamento de estruturas inéditas. Além disso, foi confirmado um grande potencial pró-cognitivo do alcalóide montanina, demonstrado comportamentalmente, além de inibir a enzima acetilcolinesterase, atividade esta necessária e importante para que uma substância seja candidata à terapia da Doença de Alzheimer.

ASSUNTO(S)

amaryllidaceae hippeastrum papillo amaryllidaceae hippeastrum alkaloids alcalóides psychopharmacology biological activity

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