Análise quantitativa do RNA mensageiro associada aos diferentes esquemas imunossupressores em pacientes transplantados renais : avaliação pela reação em cadeia da polimerase em tempo real em células sanguíneas e do sedimento urinário

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Introdução: Técnicas que possibilitem o diagnóstico não-invasivo das condições que afetam a sobrevida dos transplantes e os mecanismos associados ao seu desenvolvimento encontram-se em intensa investigação. Este estudo objetiva delinear perfis de expressão de RNA mensageiro de alo-imunidade, tolerância, fibrose e injúria tubular aguda associados aos diferentes imunossupressores utilizados na prática clínica dos transplantes renais. Métodos: Amostras de sangue e urina foram coletadas de 53 pacientes transplantados renais com pelo menos um ano de seguimento pós-transplante e com níveis séricos de creatinina estáveis. Os pacientes foram divididos em 6 grupos, de acordo com seu regime de imunossupressão, todos contendo corticosteróides em baixas doses de manutenção: (1) inibidor da calcineurina (IC) + azatioprina (AZA) (7 pacientes); (2) ácido micofenólico (AMF) (6 pacientes); 3) rapamicina (RAPA) (7 pacientes); 4) IC + AMF (15 pacientes); 5) IC (6 pacientes); 6) belatacept (BLT) + AMF (11 pacientes). A quantificação do RNA mensageiro dos genes FOXP3, TIM-3, KIM-1, TGF-¿ e CTGF foi realizada através da técnica de reação em cadeia da polimerase em tempo real utilizando o método de quantificação relativa 2-¿¿CT. Resultados: A expressão de FOXP3 foi maior nos grupos RAPA (P = 0,049) e IC (P = 0,039) em comparação ao grupo IC+AZA; a expressão na urina foi maior no grupo AMF em relação aos grupos IC+AZA(P = 0,004) e IC+AMF (P = 0,003), e no grupo RAPA em comparação ao grupo IC+AMF (P = 0,003). O grupo RAPA apresentou maior expressão de TIM-3 no sangue do que o grupo IC+AZA (P = 0,049); na urina, a expressão foi maior no grupo AMF quando comparada aos grupos IC+AZA (P = 0,005), RAPA (P = 0,003), IC+AMF (P = 0,001) e BLT+AMF (P = 0,021). TGF-¿ no sangue foi menos expresso no grupo IC+AZA em comparação aos grupos IC+AMF (P = 0,005), IC (P = 0,014) e BLT+AMF (P = 0,013); a expressão urinária foi menor no grupo IC+AMF em relação aos grupos IC+AZA(P = 0,008), AMF (P = 0,002), RAPA (P = 0,01), IC (P = 0,015) e BLT+AMF (P <0,001); os grupos IC+AZA e RAPA também apresentaram menor expressão de TGF-¿ na urina em comparação aos grupos AMF (P = 0,028 e 0,032, respectivamente) e BLT+AMF (P = 0,001 e 0,006, respectivamente). A expressão de CTGF no sangue não foi diferente entre os grupos; sua expressão urinária foi menor no grupo IC+AMF quando comparada aos grupos IC+AZA (P = 0,004), AMF (P = 0,001), RAPA (P = 0,01) e BLT+AMF (P = 0,001). KIM-1 não foi expresso em células sanguíneas; na urina, o grupo IC+AZA apresentou maior expressão de KIM-1 do que o grupo IC+AMF (P = 0,019). Conclusões: A análise dos perfis de expressão gênica nos vários regimes de imunossupressão permite identificar associação de diferentes processos a cada tipo de combinação terapêutica. Os resultados evidenciam a associação dos inibidores de calcineurina aos marcadores de fibrose tecidual, enquanto que rapamicina e micofenolato parecem mediar processos de tolerância imune e modulação da alo-imunidade. Estudos com maior poder estatístico poderão estreitar essas associações, determinando o real papel da expressão de biomarcadores como ferramentas para o diagnóstico das condições que afetam os enxertos renais.

ASSUNTO(S)

fator transformador de crescimento beta transplante de rim imunossupressão

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