Detecção e quantificação do virus Epstein-Barr pela reação em cadeia da polimerase em tempo real (real time PCR) em pacientes transplantados de celulas hematopoeticas e coinfecção com o citomegalovirus / Detection and quantification of Epstein-Barr virus by real time polymerase chain reaction in hematopoietic stem cell transplantation patients and coinfection with cytomegalovirus

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O Vírus Epstein-Barr (EBV) e o Citomegalovírus (HCMV) são membros da família Herpesvírus. São encontrados em aproximadamente 90% dos indivíduos em idade adulta. A infecção ocorre, geralmente, na infância e é assintomática na maioria dos casos, persistindo de forma latente durante toda a vida do indivíduo. A transmissão destes vírus ocorre principalmente pela saliva, sangue e órgãos transplantados. O EBV está relacionado com a mononucleose infecciosa, doença linfoproliferativa (PTLD), leucemia de células pilosas em pacientes com imunodeficiência congênita ou adquirida e doença de Hodgkin. O risco de um paciente transplantado desenvolver linfoma é 28 a 50 vezes maior do que os indivíduos da população geral. Um dos fatores de risco para o desenvolvimento da PTLD são a variedade e intensidade da imunossupressão utilizada no paciente pós-transplante, idade do receptor e sorologia viral (EBV, CMV). Dependendo da idade do receptor, do tipo de transplante e dos fatores de risco, a prevalência da PTLD pode variar de 0.5% a 22%. Em transplantados pediátricos renais a prevalência chega a atingir 37%. A principal medida terapêutica para o controle da PTLD é a diminuição ou mesmo a retirada total da imunossupressão. Portanto a rejeição do enxerto se torna um problema bastante comum, que compromete a qualidade e/ou expectativa de vida dos pacientes. A introdução de testes laboratoriais rápidos e precoces permite aos clínicos detectar a replicação viral do EBV e diagnosticar, consequentemente, a infecção ativa antes do início da doença. Isso proporciona a oportunidade de iniciar o tratamento específico precocemente. Foram estudadas amostras de sangue e soro de 46 pacientes submetidos a transplantes de células hematopoéticas, acompanhados no Serviço de Transplante de Medula Óssea (STMO) do Hospital das Clínicas da UNICAMP/HEMOCENTRO. Trabalhamos no estudo para diagnosticar a infecção ativa e quantificar a carga viral do vírus Epstein-Barr (EBV) em pacientes transplantados de células hematopoéticas. Relacionar infecção ativa do vírus Epstein-Barr com o Citomegalovírus (CMV) e verificar a incidência da Doença linfoproliferativa e a Doença do enxerto contra o hospedeiro (GVHD) nos pacientes estudados. Diagnosticamos infecção ativa pelo EBV em 22 (47,8%) pacientes que apresentaram uma carga viral muito baixa (média de 29 cópias/ul). Co-infecção entre EBV e CMV ocorreu em 15/46 pacientes (32,6%). Doença por CMV ocorreu em 7/46 (15,2%) pacientes no trato gastrintestinal. Todos estes doentes apresentaram infecção ativa pelo CMV e 4/7 (57%) apresentaram infecção ativa pelo EBV. Um destes pacientes foi a óbito por doença por CMV. Verificamos que nenhum dos pacientes apresentou doença linfoproliferativa relacionada ao EBV. Os casos de co-infecção ativa EBV+CMV em relação à ocorrência de GVHD foram estatisticamente significantes (p=0.001). Concluímos que a infecção pelo CMV ainda é a maior causa de morbidade e mortalidade nos pacientes após o transplante. A qPCR é uma ferramenta útil para verificar os pacientes que reativaram pelo EBV após o transplante e pode auxiliar na prevenção da doença linfoproliferativa causada pelo EBV juntamente com a identificação dos fatores de risco associados. Verificamos a ocorrência e significância do GVHD e infecção ativa pelo CMV, mas não observamos esses mesmos resultados comparados ao EBV

ASSUNTO(S)

gammaherpesvirinae epstein-barr virus virus linfoproliferativos herpesvirus 4 human vírus epstein-barr herpesvirus humano 4

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