Análise das estratégias competitivas dos terminais privados de contêineres da região Sul do Brasil: contribuições e aprendizado a partir de um exemplo internacional

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O objetivo deste trabalho é o de analisar as estratégias dos terminais privados de contêineres que participam da indústria de terminais da Região Sul do Brasil, a partir da identificação das principais características do ambiente externo e interno dessas empresas. A análise dá-se mediante utilização do modelo das cinco forças competitivas e das estratégias genéricas. Adicionalmente, utilizam-se conceitos sobre a estrutura de monopólio natural, de modo a viabilizar entendimento complementar sobre o ambiente de competição. O trabalho tem caráter qualitativo, e faz-se uso do estudo de casos múltiplos como estratégia de pesquisa, que foi dividida em duas etapas. A primeira, que contou com entrevistas semi-estruturadas e estruturadas, tem como objetivo identificar as principais características do ambiente competitivo dos terminais privados da Região Sul do Brasil, assim como as estratégias adotadas pelos terminais participantes da indústria, TCP, TECONVI e TECON. Na segunda etapa, desenvolvida no Porto de Hamburgo, na Alemanha, realizaram-se entrevistas estruturadas com gestores dos terminais de contêineres HHLA e Eurogate, e com gestora da Autoridade Portuária do Porto. A meta com isto é a de se analisar as estratégias adotadas pelos terminais entrevistados, em meio à competição da indústria da Região do Mar do Norte, na Europa. Os resultados sugerem que a indústria de terminais da Região Sul conta com um ambiente de competição pouco intenso, e que se assemelha à estrutura de mercado conhecida como monopólio natural. A entrada de novos ofertantes, como PORTONAVE e Itapoá, a partir do ano de 2007, marca a consolidação do movimento de verticalização dos armadores, e a transição para um ambiente competitivo mais intenso. Nesse contexto, e em meio à regulação do poder público, terminais privados encontram poucos espaços para a adoção de estratégias de posicionamento, o que lhes conduz à busca de eficácia operacional de suas atividades. Os terminais alemães, HHLA e Eurogate contam com mais espaços estratégicos. Adicionalmente, situam-se na área de influência do Mar do Norte, na Europa, e adotam, como uma de suas estratégias, a integração de atividades, englobando, além dos serviços de carga e descarga, serviços logísticos e de transporte ferroviário de contêineres. Um escopo mais amplo de serviços, além de reduzir custos pelo compartilhamento de atividades entre as diferentes divisões, propicia aos terminais alemães melhores condições de reagir às forças competitivas da indústria, em especial a que diz respeito aos compradores. Como contribuição, este trabalho demonstra a possibilidade de sinergia entre as linhas de estudo da estratégia e de organização industrial, da Economia, para a análise de indústrias que não se enquadram como segmentos de livre mercado. Sugere-se a utilização desse conjunto teórico em trabalhos que busquem analisar competição e estratégia em outras indústrias, que também tenham sido reformuladas e que contem com algum nível de regulação governamental, como é o caso, por exemplo, da telefonia e da energia elétrica

ASSUNTO(S)

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