Análise da variabilidade climática e suas consequências para a produtividade da soja na Região Sul do Brasil / Analysis of climate variability and its consequences on soybean yields in Southern Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/11/2010

RESUMO

As tendências lineares sazonais da precipitação, temperatura mínima, temperatura máxima e amplitude térmica diurna foram estudadas para a Região Sul do Brasil durante dois períodos distintos (longo e recente). Durante o período longo (1901 2002), o aumento na tendência de chuvas na primavera e a diminuição das temperaturas mínima e máxima no verão, foram mais evidentes sobre a parte oeste do Rio Grande do Sul, durante os anos 70. Na metade leste da área de estudo, as tendências nas temperaturas mínima e máxima apresentaram aumento nos meses de primavera e verão, principalmente nos anos 80 e 90. No entanto, a tendência de aumento na temperatura mínima foi mais evidente do que a temperatura máxima, devido ao aumento da nebulosidade nas últimas décadas, contribuindo para a redução de DTR. No período recente (1969 2002), a tendência positiva da precipitação mostrou significância estatística apenas em outubro no sul do Brasil. Durante os meses da primavera, houve um aumento da temperatura mínima ao longo de toda área de estudo, enquanto que o aumento da temperatura máxima foi encontrado somente sobre o leste da região sul. Uma tendência significativa da redução da DTR foi observada somente em outubro, principalmente sobre a parte oeste da região. As variações das variáveis meteorológicas analisadas podem estar associadas ao aumento de eventos El Niño, pois a primavera é a estação de maior impacto do fenômeno. A relação entre a produtividade da soja e as tendências climáticas foi avaliada e verificou-se que as produtividades da soja foram mais afetadas pelas mudanças na temperatura durante o verão, enquanto que as mudanças nas precipitações foram mais importantes nos meses de outubro (início do plantio) e janeiro (auge do desenvolvimento). Para encontrar a resposta da variabilidade climática sobre a produtividade, foram utilizados modelos agrometeorológicos de estimativa da produtividade, utilizando dados de precipitação e temperatura de diferentes fontes (CRU e INMET). Os modelos utilizados foram capazes de representar a produtividade relativa da soja, principalmente sobre o noroeste do Rio Grande do Sul e centro oeste do Paraná. Em geral, o modelo de Jensen apresentou melhor desempenho, enquanto que os modelos de Stewart e Rao apresentaram comportamento semelhante, utilizando ambas as fontes de dados como entrada. Além disto, reproduziu o comportamento interanual da produtividade relativa observada, bem como apresentou maiores erros em anos de El Niño e menores erros em anos de La Niña e eventos Neutros. Os cenários climáticos futuros para o período de 2020 a 2099 indicaram um aumento na temperatura média do ar nos municípios de Passo Fundo e Campo Mourão, principalmente nos meses de verão, bem como aumento da precipitação nos meses de primavera. Assim, espera-se um decréscimo da produtividade relativa mais acentuada no cenário A2, entre os anos de 2040 a 2050 e aumento da produtividade a partir de 2060 sobre as localidades estudadas.

ASSUNTO(S)

clima precipitação temperatura produtividade soja climate precipitation temperature produtivity soybeans

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