Alunos com deficiência nas escolas regulares: limites de um discurso

AUTOR(ES)
FONTE

Saúde e Sociedade

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-12

RESUMO

Este artigo é resultado de uma pesquisa que analisou aspectos do discurso em favor da inclusão de alunos deficientes em escolas regulares. Para tanto, se escolheu como corpus de análise a propaganda do Governo Federal - representado pelo Ministério da Educação - tendo, como recorte específico, a peça publicitária que encabeçou a segunda campanha governamental pela inclusão escolar de deficientes, então lançada no início do ano 2000. A análise de discurso empreendida foi situada em seus condicionantes sócio-históricos a partir de duas contextualizações que se entrecruzaram: as circunstâncias operacionais de criação e discussão da peça publicitária entre a agência de propaganda contratada e o MEC, e a postura de Governo presente em discursos que ora justificavam a inclusão como uma política pública, ora denunciavam intenções concorrentes como aquelas expostas por campanhas de saúde pública. Na medida em que um dos fundamentos da análise de discurso é o assinalamento das suas condições históricas de produção, então, pode-se dizer que uma de suas finalidades é evidenciar o caráter socialmente construído deste discurso. Tomada desse modo, a análise de discurso empreendida, ao descrever os passos de elaboração do slogan de uma campanha de política social destinada aos deficientes buscou desnaturalizar palavras de ordem que, repetidas como chavões, fazem adormecer a percepção de que um dia elas não estiveram lá.

ASSUNTO(S)

análise de discurso propaganda governamental inclusão social pessoas com deficiências políticas públicas

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