Adesão ao tratamento com medicamentos antirretrovirais pelos pacientes atendidos no Centro de Doenças Infecto-parasitárias do Bairro Nova Bahia em Campo Grande, MS / Adherence to antiretroviral medication treatment by patients attended at the infect parasitic illness center in Nova Bahia borough in Campo Grande,MS

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A adesão à prescrição médica constitui importante fator do sucesso terapêutico, porém inúmeros trabalhos mostram que é uma das maiores dificuldades no tratamento com antirretrovirais. Verificar, por meio de estudo transversal a adesão ao tratamento com medicamentos antirretrovirais prescritos aos portadores de HIV/AIDS em Campo Grande-M.S. As informações foram obtidas de agosto de 2007 a dezembro de 2008 por meio de questionário aplicado a 252 pacientes usuários de antirretrovirais, escolhidos de forma aleatória, no momento em que os mesmos compareciam ao serviço do Centro de Especialidade Infecto-parasitária (CEDIP) para atendimento médico ou para retirar seus medicamentos antirretrovirais na farmácia. No referido questionário, os pacientes relatavam se haviam tomado e quanto haviam tomado dos medicamentos antirretrovirais prescritos nos três dias anteriores a entrevista. Após a aplicação dos questionários aos pacientes, eram coletadas nos registros da farmácia as datas em que os mesmos haviam comparecido para retirarem seus medicamentos antirretrovirais nos três meses anteriores à entrevista. Dados constantes nos prontuários médicos também foram coletados. Aplicando o método do auto-relato sobre a ingestão dos medicamentos nos três últimos dias, foi observado que 21,5 % dos entrevistados não aderiram ao tratamento com os medicamentos antirretrovirais. Quando a não-adesão foi avaliada por meio dos registros de comparecimento mensal dos pacientes a farmácia para retirada dos seus medicamentos, observou-se que 43,7% da amostra foram considerados não-aderentes quanto à freqüência. Dentre todos os entrevistados, apenas 51,2% foram considerados aderentes tanto na ingestão dos medicamentos quanto na freqüência mensal a farmácia. Mas aplicando-se o teste Kappa que corrige a concordância ao acaso, esta porcentagem diminuiu para 30% de concordância, ou seja, os outros 70% ou foram considerados não-aderentes tanto na ingestão dos medicamentos quanto na freqüência a farmácia ou foram considerados não-aderentes por um dos métodos aplicados. Quando foi confrontada a adesão com o sexo, foi verificado que as mulheres aderiram menos ao tratamento quando comparadas aos homens e que quanto maior a renda familiar, maior foi a adesão ao tratamento. Os números revelaram também que o fato de a pessoa possuir uma religião colaborava para melhorar a adesão ao tratamento. Os pacientes que possuíam dificuldades para comprar alimentos, que haviam sido internados várias vezes e que sentiam reações adversas ao tratamento, aderiram menos ao tratamento. A freqüência de pacientes considerados não-aderentes por meio do auto-relato foi menor quando comparada à freqüência de não-aderentes obtida aplicando-se o método de verificação dos registros de comparecimento mensal dos pacientes à farmácia. Comparando a freqüência de pacientes não-aderentes obtida neste estudo utilizando-se o método do auto-relato com outros estudos que adotaram metodologia semelhante, concluímos que a adesão ao tratamento com medicamentos antirretrovirais é satisfatória. Porém, o mesmo não aconteceu com o resultado obtido por meio da análise do comparecimento mensal a farmácia, onde a freqüência de nãoaderentes ficou acima da média encontrada em outros estudos.

ASSUNTO(S)

aids (doença) agentes antivirais hiv antirretrovirais doencas infecciosas e parasitarias antiretroviral medication

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