A vida social de pessoas com diagnóstico de esquizofrenia, usuárias de um Centro de Atenção Psicossocial / Social life of people with diagnosis of schizophrenia, attended at a Psychosocial Care Center.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Os Centros de Atenção Psicossocial estão sendo estruturados segundo práticas de atenção psicossocial, as quais têm provocado mudanças nas formas tradicionais de compreensão e tratamento dos transtornos mentais. A reinserção social, inclusão da família e da comunidade no tratamento são recursos utilizados para a promoção da saúde mental nestes serviços comunitários. Para que os portadores de transtornos mentais tenham uma melhor qualidade de vida é essencial que tenham participação social. Parece-nos importante caracterizar, segundo alguns aspectos, as pessoas portadoras de esquizofrenia, uma vez que este transtorno psicótico pode ocasionar dificuldades inerentes à sua vida social. Ao abordarmos a vida social de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, devemos enfocar a participação em atividades comunitárias e de lazer e a interação interpessoal com familiares e amigos. Acreditamos que esses aspectos são essenciais para a qualidade de vida e para a reinserção social dessas pessoas, o que vai ao encontro das premissas da reabilitação psicossocial. O atual estudo é de natureza qualitativa, descritiva e exploratória e tem, como objetivos, investigar a vida social de usuários com diagnóstico de esquizofrenia de um Centro de Atenção Psicossocial e identificar como o processo terapêutico, oferecido pelo CAPS, tem colaborado na vida social dessas pessoas. Os sujeitos envolvidos foram os pacientes portadores de esquizofrenia, na faixa etária de dezoito a quarenta anos, residentes em Uberaba- MG, matriculados no Centro de Atenção Psicossocial. Para a coleta de dados foi utilizada a entrevista semi estruturada, conduzida segundo um roteiro. Estas entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra para que os dados fossem analisados. Para análise e discussão dos dados foram utilizados os seguintes passos: ordenação dos dados, classificação dos mesmos e análise final, tendo por base a associação entre o material teórico e empírico. Foram identificadas três categorias: a vida dos pacientes antes e após o adoecimento; o cotidiano dos usuários no ambiente extra CAPS e a assistência do CAPS colaborando na vida social e na estabilização de sintomas dessas pessoas. Os resultados sinalizaram para uma redução na qualidade das relações interpessoais do paciente após o adoecimento, embora seu cotidiano, no ambiente extra CAPS, esteja satisfatório e produtivo. Por fim, verificamos que o CAPS está oferecendo recursos terapêuticos para enriquecer a vida social e estabilizar os sintomas da clientela assistida. Entretanto, acreditamos ser essencial uma reflexão acerca da necessidade da equipe atuante no CAPS estabelecer parceria intersetorial e junto à Estratégia Saúde da Família e à própria comunidade de forma que o paciente tenha oportunidade de ampliar suas possibilidades terapêuticas relacionadas à socialização e, assim, enriquecer sua vida social. Acreditamos que esta prática também resultará na desmistificação social acerca da esquizofrenia.

ASSUNTO(S)

qualidade de vida nursing. mental disorders quality of life enfermagem transtornos mentais schizophrenia esquizofrenia

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