A secção cirúrgica do retalho faríngeo pode comprometer a ressonância de fala de indivíduos com fissura labiopalatina?

AUTOR(ES)
FONTE

Audiol., Commun. Res.

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/09/2019

RESUMO

RESUMO Objetivo Investigar o efeito da cirurgia para secção completa do retalho faríngeo sobre a hipernasalidade de fala. Métodos Foram avaliados 26 indivíduos com fissura de palato±lábio reparada, submetidos à cirurgia de retalho faríngeo para tratamento da insuficiência velofaríngea e que, em função do aparecimento de queixas respiratórias, necessitaram nova cirurgia para secção do retalho. A hipernasalidade foi determinada por meio das avaliações perceptiva e nasométrica da fala 18 meses, em média, após a secção do retalho. Na avaliação perceptiva, a hipernasalidade foi classificada como: 1 = ausente ou 2 = presente e, na nasometria, foi determinada por meio da medida da nasalância durante a leitura de sentenças contendo, exclusivamente, sons orais, considerando-se, como limite de normalidade, o escore de 27% (p ≤ 0,05). Resultados A avaliação perceptiva mostrou que, antes da secção do retalho, oito (31%) indivíduos apresentavam ressonância equilibrada e 18 (69%) apresentavam hipernasalidade. Após a cirurgia, um (4%) paciente permaneceu com ressonância equilibrada e 25 (96%) apresentaram hipernasalidade. De acordo com a nasometria, antes da cirurgia, 13 (57%) indivíduos apresentaram valores de nasalância inferiores a 27%, indicando ausência de hipernasalidade (média = 15±8%) e dez (43%) pacientes apresentaram valores indicativos de hipernasalidade (média = 41±7%). Após a cirurgia, quatro (17%) pacientes permaneceram com valores indicativos de ausência de hipernasalidade (média = 19±10%) e 19 (83%) apresentaram valores de nasalância indicativos de hipernasalidade (média = 45±7%). Diferença entre as avaliações perceptiva e nasométrica da fala não foi observada. Conclusão A cirurgia para secção completa do retalho faríngeo causou deterioração da ressonância de fala, levando ao reaparecimento da hipernasalidade, na maioria dos pacientes estudados.ABSTRACT Purpose To investigate the effect of complete section of pharyngeal flap on speech hypernasality. Methods The study analyzed twenty-six individuals with repaired cleft palate±lip underwent pharyngeal flap surgery to treat velopharyngeal insufficiency and posteriorly underwent complete section of the flap due to the occurrence of respiratory symptoms. Hypernasality was determined by auditory-perceptual speech assessments and nasometry at 18 months after surgery, on average. Hypernasality was perceptually classified as: 1 = absent or 2 = present and determined by nasalance measurement during reading of sentences containing exclusively oral sounds, considering a cutoff of 27% (p ≤ 0.05). Results Perceptual assessment before section of the flap revealed that eight (31%) individuals showed normal resonance, while 18 (69%) presented hypernasality. After surgery, one (4%) subject remained with normal resonance and 25 (96%) presented hypernasality. According to nasometry, before surgery, 13 (57%) individuals presented nasalance scores lower than 27%, indicative of absence of hypernasality (mean = 15±8%) and ten (43%) presented nasalance scores indicative of hypernasality (mean = 41±7%). After surgery, four (17%) patients remained with scores indicative of absence of hypernasality (mean = 19±10%) and for 19 (83%) the nasalance scores were indicative of hypernasality (mean = 45±7%). There was no difference between perceptual and nasometric speech evaluations. Conclusion Surgery for complete section of pharyngeal flap caused deterioration of speech resonance, leading to the reappearance of hypernasality in most patients in this study.

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