A produÃÃo midiÃtica da marà do camarÃo no Cearà / La producciÃn de los medios de comunicaciÃn de la marea en los camarÃnes del CearÃ

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/07/2007

RESUMO

Esta dissertaÃÃo se propÃe a mostrar um outro olhar ao estudo da Carcinicultura, ao realizar uma investigaÃÃo geogrÃfica, selecionando um jornal local, a partir de sua produÃÃo discursiva. O estudo investiga de que maneira o discurso jornalÃstico opera na construÃÃo de representaÃÃes sobre essa atividade. Para isso, à necessÃrio percebÃ-lo como um constituidor de significados, onde se exercem e travam lutas para produzir uma suposta verdade/realidade. Ao analisar as matÃrias jornalÃsticas, como discursos construÃdos culturalmente, percebe-se o modo como as representaÃÃes estÃo sendo elaboradas. As ferramentas teÃricas norteadoras desta pesquisa foram fornecidas pela Geografia Cultural, as quais possibilitaram uma nova leitura sobre o assunto. A pesquisa busca compreender as representaÃÃes elaboradas pelo jornal O POVO, um dos mais importantes veÃculos da mÃdia impressa do CearÃ, sobre a Carcinicultura em trÃs perÃodos: de 1978-1984; 1990-1994 e de 2000-2004. A divisÃo desses perÃodos està alicerÃada nos critÃrios estabelecidos pelo IBAMA e SEMACE em seus estudos sobre a questÃo. O cultivo de camarÃo comeÃa a ser veiculado pelo jornal na dÃcada de 1970, mas somente na dÃcada de 1990 que conquista uma maior notoriedade na agenda pÃblica. A metodologia utilizada consiste em um levantamento de reportagens que tratam, de alguma forma, a temÃtica da Carcinicultura. Considero como campo da pesquisa as ediÃÃes diÃrias do jornal O POVO desses perÃodos. O jornal, ao ser pensado como artefato cultural, està sendo visto como um local de produÃÃo de saberes sobre a atividade camaroneira, auxiliando na formaÃÃo da opiniÃo pÃblica. O estudo, ao estar pautado na anÃlise da construÃÃo discursiva, teve que se direcionar a examinar as estratÃgias acionadas para elaborar os ditos sobre a Carcinicultura. Neste sentido, descrevo e problematizo o funcionamento dos discursos jornalÃsticos. No primeiro perÃodo, 1978-1984, em Ao encontro do Eldorado, observo dizeres que apontam a Carcinicultura como algo benÃfico, uma importante saÃda para a crise do sal, uma atividade para inserir o Cearà e o Nordeste no circuito nacional de produÃÃo. à medida que avanÃa para os perÃodos seguintes, o discurso do referido jornal desloca-se para outros significados. Assim, a atividade camaroneira Ã, por um longo perÃodo, apontada pelo jornal como a Ãnica saÃda viÃvel para o Nordeste. Isso passa a ser questionado. A expansÃo da Carcinicultura no Brasil à bastante expressiva nas Ãltimas dÃcadas. Esse progresso està relacionado à introduÃÃo e ao cultivo da espÃcie Litopenaeus vannamei, ao uso de tÃcnicas de melhoramento, tanto voltadas para o aumento da produÃÃo como da reproduÃÃo do camarÃo, incentivos governamentais e à utilizaÃÃo indiscriminada de certas Ãreas litorÃneas No segundo perÃodo, 1990-1994, A promessa da redenÃÃo econÃmica ainda permanece. O discurso da atividade, como uma coisa muito promissora, no inÃcio està presente, para, posteriormente, a atividade passar a ser vista nÃo mais como algo tÃo benÃfico. Para o terceiro perÃodo, dede 2000-2004, O sonho acabou, embora o cultivo do camarÃo, naquele momento, jà fosse uma das mais importantes atividades do setor primÃrio nordestino, ocupando lugar de destaque na pauta de exportaÃÃo do estado do CearÃ. Os enunciados dos discursos jornalÃsticos passam a registrar essa prÃtica como uma atividade preocupante pela forma como à realizada, isto Ã, sendo a causa de inÃmeros problemas socioambientais. A prÃtica do cultivo de camarÃo, em Ãreas de mangues e suas adjacÃncias, vÃm provocando uma sÃrie de danos, tanto para o ambiente, como para inÃmeras comunidades que dependem do ecossistema manguezal para sobreviverem. Nesse sentido, o discurso do jornal, ao deslocar esses dizeres sobre a Carcinicultura, mostra como atua estrategicamente para a naturalizaÃÃo dos significados. Com isso, deve ser entendido nÃo apenas como um informador dos acontecimentos, dos fatos, mas como um instrumento que estabelece verdades, as suas.

ASSUNTO(S)

geofisica marinha carcinicultura discurso poder e natureza carcinicultura discurso el poder y la naturaleza

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