A PASSAGEM DA MORAL À RELIGIÃO EM IMMANUEL KANT / THE MORAL TO RELIGION PASSAGE IN IMMANUEL KANT

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Para Immanuel Kant (1724-1804), moral e religião estão ligadas de modo estreito, diferenciando-se apenas pelo fato de que na moral os deveres são praticados como princípios fundamentais de todo ser racional, e pelo fato de que esse último deve agir como membro de um sistema universal de fins, enquanto que na religião esses deveres são vistos como mandamentos de uma suprema vontade santa, pois que, as leis da moral são as únicas que estão de acordo com a idéia de uma suprema perfeição. No prólogo à primeira edição de A Religião nos Limites da simples razão (1793) Kant o abre com a afirmação de que a moral basta-se a si mesma. No entanto, se a moral de nenhum modo precisa da religião tanto objetivamente (com relação ao querer) quanto subjetivamente (com relação à capacidade) mas basta-se a si mesma; pergunta-se: porque a religião vê a lei moral como mandamento de uma suprema vontade santa? Ou ainda, porque existe uma relação entre moral e religião? Nesse sentido, o objetivo é o de mostrar como a moral atinge a sua plenitude somente na absoluta autonomia da razão prática, a qual se torna lei para si mesma como dever puro e incondicional, e que chegará então a indicar uma inevitável relação existente entre moral e religião. A conexão entre moral e religião, além de ser um dado fundamental e estrutural da razão pura, é o reconhecimento progressivo de um plano universal segundo o qual, a despeito de todos os abusos da liberdade por parte dos homens, alcançará no final o mais alto grau possível de perfeição do gênero humano.

ASSUNTO(S)

religião moral filosofia imperativo categórico religion moral kant kant categorical imperative

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