A dinâmica erosiva do escoamento pluvial em área de depressão sertaneja e de maciço residual no semi-árido cearense / The erosive dynamics of the storm water runoff in an area of depression and residual mass in semi-arid region of Ceará

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O presente trabalho está baseado na perspectiva sistêmica. Buscamos a compreensão de que os componentes e os fenômenos naturais se integram, efetuando troca de matéria e energia. Nesta perspectiva, a área de estudo tem como espaço de análise a bacia hidrográfica do rio Acaraú(CE), onde foram considerados os aspectos históricos e culturais, percebendo-se inter-relações importantes com os aspectos físicos: cobertura vegetal, clima, hidrografia, solos, geologia e geomorfologia. Objetivamos avaliar a estimativa da produção de sedimentos em duas sub-bacias, em diferentes cenários de uso da terra, na dinâmica erosiva do escoamento superficial pluvial, nas margens do canal fluvial, em duas áreas de unidade geomorfológica denominada maciço residual em um Argissolo e depressão sertaneja em Luvissolos crônicos. A escolha por bacias de drenagem parte do pressuposto de que estas representam uma unidade espacial onde os diferentes elementos encontram-se integrados e em equilíbrio. Consideramos o fato de que as maiores taxas erosivas são encontradas nas áreas onde a agricultura se dedica às culturas temporárias de ciclo anual, pois acreditamos que para o controle da erosão precisamos evitar que a água adquira velocidade no seu percurso de escoamento superficial, pois a intensidade erosiva varia de acordo com as diferentes taxas de cobertura no solo. Para estimar o carreamento de sedimentos provenientes do escoamento superficial pluvial, a partir de diversos tipos de manejo agrícola da região, procuramos reproduzir um cenário para as duas sub-bacias. As três parcelas experimentais foram montadas, de forma que pudéssemos representar a realidade do pequeno agricultor, em função do preparo das terras para a cultura de subsistência nas margens do terraço fluvial, onde o solo fica desprotegido de vegetação, logo no inicio das primeiras chuvas. Durante dois anos de monitoramento, o escoamento superficial foi dirigido às calhas e aos tanques de sedimentação. As parcelas foram instaladas no topo do terraço fluvial, no sentido de declive, na margem direita de cada sub-bacia, sendo três na área 1 Maciço Argissolos (A,B,C) e três na área 2 Depressão Luvissolos (D,E,F), sob a cobertura vegetal, com área útil de 1.725,00m2, sendo: 50 metros de largura por 10m de comprimento as parcelas A e D; 50m de largura por 11,5 de comprimento, as parcelas B e E; 50m de largura por 13m de comprimento, as parcelas C e F. Foi possível observar a influência da cobertura vegetal no carreamento de sedimentos. Os cenários geraram diferentes padrões espaciais de produção de sedimentos. Uma redução de 83% para a parcela com 3m e 92% para a parcela com 1,5m de mata em relação a parcela s/v. Pôde-se observar que o aumento da cobertura do solo diminui drasticamente o transporte de sedimentos carreados. Estes resultados evidenciam a necessidade de estudos para identificação das áreas onde é necessária a implementação das práticas de manejo do uso do solo para o controle dos processos erosivos e não somente práticas de proteção aos cursos dágua por meio da cobertura do solo.

ASSUNTO(S)

análise sistêmica cobertura vegetal carreamento de sedimentos erosão erosion sistemic analysis soils solos taking of sediments vegetation covering

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