Avaliação de sistemas de desfluoretação de águas para comunidades rurais do semi-árido / EVALUATION OF DEFLUORIDATION WATER SYSTEMS FOR SEMI-ARID RURAL COMMUNITIES.
AUTOR(ES)
José Ferreira Lima Júnior
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
15/02/2012
RESUMO
O presente estudo objetivou implantar, avaliar e comparar a eficácia de dois sistemas de desfluoretação de águas em duas localidades com problema de fluorose endêmica na zona rural de São João do Rio do Peixe, Paraíba. Os sistemas investigados foram Estação de Tratamento de Águas (ETA) e Filtro Desfluoretador Regenerável (FDR). O estudo foi dividido em duas partes, quais sejam: Parte I (avaliação de riscos: mapeamento dos teores residuais de flúor nas águas subterrâneas e percepção de fluorose dentária) e Parte II (redução de agravos: sistemas de desfluoretação). A amostra consistiu de 59 indivíduos de ambos os sexos e variadas faixas etárias; sendo 29 para o estudo da ETA (poço com 5,3 mg/L de flúor) e 30 para o do FDR (poço com 2,6 mg/L de flúor). Para investigar a estimativa de ingestão de flúor foi realizada a coleta de água, outros líquidos, alimentos pela metodologia do prato duplicado. Para crianças a estimativa de ingestão de flúor por dentifrício foi realizada com escovação simulada. Os valores de excreção de flúor foram estimados por coleta de urina de 24 horas. Todas as amostras coletadas foram armazenadas sob refrigeração e analisadas por eletrodo específico para flúor através de método direto e indireto por difusão com hexametildisiloxano quando apropriado. As avaliações foram realizadas em dois momentos distintos D1 (baseline) e D2 (1 a 2 meses após a desfluoretação), para ambos os modelos de desfluoretação (-ETA e -F). Observou-se que a ingestão total de flúor bem como sua excreção diminuiu após a instalação dos dois modelos de desfluoretação, tanto o de base comunitária (ETA) como o de base domiciliar (FDR), indicando assim a eficácia desses modelos quanto ao controle de níveis ideais de flúor na água destinada ao consumo humano. O mapeamento da concentração de flúor na água proveniente dos poços artesianos da zona rural de São João do Rio do Peixe PB confirmou o risco de fluorose dentária naquele município. Das amostras analisadas, 63,9% apresentaram [F] acima do valor ideal de 0,7 mg/L e 35% apresentaram valores acima de 1,5 mg/L. Estimou-se que cerca de 2.465 pessoas tem o risco de desenvolver fluorose dentária e 1.057 indivíduos podem ser portadores de fluorose óssea. A água foi o componente da dieta que mais contribuiu para a ingestão diária total de fluoreto (50%) nas duas localidades. Houve redução significativa na ingestão total de flúor no grupo de crianças entre os períodos de D1-ETA (0,10 mgF/kg/dia) para D2-ETA (0,04 mgF/kg/dia); e D1-F (0,07 mgF/kg/dia) para D2-F (0,03 mgF/kg/dia), bem como para os grupos de adultos da ETA e do FDR. O período de regeneração na ETA foi superior ao do sistema FDR sugerindo a aplicação do sistema ETA em localidades com elevadas concentrações de flúor onde o FDR não seria eficaz (>3,0 mg/L). Conclui-se que os dois modelos de desfluoretação foram eficazes em reduzir a ingestão de flúor e, por conseguinte reduzir o risco de fluorose dentária. Apesar de ambos os sistemas serem eficientes em reduzir a biodisponibilidade de flúor entre os usuários, apenas o sistema de base comunitária (ETA) se mostrou indicado para localidades com elevadas concentrações de flúor com risco de fluorose óssea.
ASSUNTO(S)
flúor biotecnologia em saúde saude coletiva fluoride biotechnology metabolism toxicity dental fluorosis defluoridation system sistema de desfluoretação fluorose dentária toxicidade metabolismo
ACESSO AO ARTIGO
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