A constituição do sujeito numa psicose desencadeada na infância: entre traumas, arremedos e remendos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/08/2011

RESUMO

Neste trabalho pretendemos abordar a singularidade da constituição do sujeito numa psicose desencadeada no tempo da infância. Teremos três interlocutores: Julia (uma criança psicótica), Alice (personagem do conto Alice no país das maravilhas) e a abordagem lacaniana do sujeito e das psicoses. Com Julia, veremos como se dá o processo de constituição de um sujeito cuja psicose é desencadeada no tempo da infância. Para tal, teremos que considerar o fator temporal nesse processo. Consideraremos ainda o sujeito, em Freud e em Lacan, a partir das últimas formulações desses autores. Para além do sujeito do desejo e da linguagem, passaremos a considerar o sujeito da pulsão, do trauma e do gozo. Dialogando com a teorização lacaniana, realizaremos uma inversão de perspectiva na abordagem do sujeito na psicose: da psicose como estrutura de linguagem para a psicose como um modo de amarração singular dos três registros da experiência. Afirmaremos que essa inversão é fundamental para pensarmos a singularidade da constituição do sujeito. O sujeito passou a ser considerado, portanto, a partir do Simbólico (da linguagem), do Real (do gozo e da pulsão) e do Imaginário (do corpo-ego) como sendo essas três consistências. Concluiremos que, no campo de uma psicose desencadeada no tempo da infância, tem-se a constituição de um sujeito frágil, remendado que se sustenta numa espécie de arremedo de ego, cuja queda o lança em confronto com o gozo traumático. Ocupando o mesmo lugar de Alice, nos perdemos e nos produzimos enquanto sujeito-pesquisador.

ASSUNTO(S)

constituição do sujeito infância psicanálise psicologia psicose psicologia aplicada constitution of a subject/individual psychosis childhood psychoanalysis

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