Zona juncional em mulheres inférteis: estudo por ecografia tridimensional

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ginecol. Obstet.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-03

RESUMO

Resumo Objetivo Analisar a reprodutibilidade inter e intraobservador da visualização e continuidade da zona juncional (ZJ) por ecografia tridimensional (3D) em mulheres inférteis, e avaliar os fatores sociodemográficos, hormonais e estruturais que afetam essas avaliações. Métodos Um estudo prospectivo conduzido no Centro de Procriação Medicamente Assistida do Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, Portugal. Foi realizada ecografia transvaginal 3D e gerados 2 volumes por caso. Dois observadores, cegos às avaliações um do outro, analisaram os volumes obtidos e escolheram o melhor corte coronal. Após quatro meses, a mesma análise foi realizada por um dos observadores. A visualização da ZJ foi classificada como ótima, satisfatória e não satisfatória, e a continuidade, como contínua ou descontínua. Foram avaliadas as reprodutibilidades inter e intraobservador. A influência de fatores sociodemográficos, hormonais e estruturais na ZJ foi analisada. Resultados No total, 65 mulheres foram incluídas no presente estudo. A reprodutibilidade interobservador foi substancial para a visualização e continuidade da ZJ (k = 0,635 e 0,753, respetivamente). A reprodutibilidade intraobservador foi muito boa para a visualização e continuidade da ZJ (k = 0,884 e 0,816, respetivamente). Endométrio trilaminar associou-se à visualização ótima da ZJ (p = 0.012). O aumento de 1 unidade no nível de estradiol diminuiu a chance de visualização não satisfatória da ZJ em 9,9% (razão de probabilidades [RP] = 0,9; intervalo de confiança de 95% [CI95%] = 0,814–0,996; p = 0,042). Endometriose aumentou a chance de visualização não satisfatória da ZJ em 24 vezes (RP = 23,7; CI95% = 1,262–437,057; p = 0,034). A prevalência de ZJs descontínuas foi de 60%. Miomas e endometriose associaram-se a ZJs descontínuas (p = 0,034 e 0,016, respetivamente). Conclusão A avaliação da visualização e continuidade da ZJ por ecografia 3D é reprodutível, podendo ser utilizada na prática clínica.

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