Violências em sala de aula na educação superior : percepções de docentes de instituições particulares de São Luís do Maranhão / Violences in the classroom of higher education: perceptions of teachers of private institutions of São Luís do Maranhão

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/02/2012

RESUMO

Diante dos vários episódios de violências presenciados nas escolas do país e tendo ciência de que o público dessas instituições também adentra as faculdades e universidades, esta pesquisa objetivou analisar as percepções de docentes acerca de possíveis violências em sala de aula na educação superior de instituições particulares de São Luís do Maranhão. A investigação, descritiva e exploratória, com abordagem quali-quantitativa, focalizou três instituições, localizadas em regiões de classe média, cujo entorno possui moradias de bom e excelente padrão, mas também como em quase todos os espaços de São Luís, encontram-se as invasões, terrenos não regularizados com edificações simples. A amostra, de conveniência, envolveu 24 professores, oito de cada uma das instituições e dos cursos de Ciências Humanas e Sociais, da Saúde e Exatas, entre especialistas (lato sensu) e pós-graduados (stricto sensu). Para coleta dos dados, utilizou-se o levantamento por questionários e entrevista semiestruturada gravada, realizados in loco ou em local escolhido pelo docente. Na análise, foram identificados diferentes conceitos para violências, indicando a polissemia do termo para os docentes. Quanto aos motivos atribuídos ao fenômeno, os docentes apontaram, entre outras, a desestruturação familiar, com adoção de novos valores pelos estudantes. Os impactos produzidos pelas violências, percebidos pelos docentes nas instituições de educação superior (IES), dificultam o processo ensino-aprendizagem, gerando desestímulo e frustração para um grupo ponderável de professores. Os participantes perceberam que os atos violentos aumentavam e indicaram que a indisciplina/incivilidades (grosserias) era o tipo de violência mais observado. Era mais frequentemente praticado por estudantes do sexo feminino e, em geral, do período matutino. Não mencionaram a falta de capital cultural das classes médias ascendentes, que passaram a ter acesso aos estudos superiores, mas, sim, a fragilidade em geral da educação básica e as dificuldades de transitar desta para a educação superior, nas formas de agir, pensar e sentir. O papel de estudante-cliente, interpretado de modo distorcido, também contribuía para tais violências. Alguns docentes, jovens, fizeram sua autocrítica, considerando-se despreparados emocionalmente para uma situação em que deixaram de ser os depositários do conhecimento. Recomendam-se alterações da formação inicial e continuada de docentes de nível superior, bem como atividades que facilitem a aprendizagem do papel de estudante.

ASSUNTO(S)

violência são luis (ma) ensino superior professores universitários percepção educacao

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