VIOLÊNCIA FÍSICA INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS: OS SENTIDOS ATRIBUÍDOS POR TRÊS GERAÇÕES / INTRAFAMILIAL PHYSICAL VIOLENCE AGAINST CHILDREN: THE SENSES ATTRIBUTED BY THREE GENERATIONS
AUTOR(ES)
Lígia da Fonseca Bernardes
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
28/02/2011
RESUMO
Neste estudo, buscou-se apreender os sentidos da violência física intrafamiliar contra crianças atribuídos por três gerações de famílias de classe popular. Este trabalho constitui um recorte da pesquisa intitulada Educar/criar sem violência: prevenção da violência física familiar contra crianças, realizada com famílias cujos filhos frequentam, ou frequentavam na época da pesquisa, a Escola de Circo, em Goiânia (GO), um dos programas de extensão do Instituto Dom Fernando (IDF) da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás). A presente pesquisa enquadra-se no tipo qualitativo e todo o seu processo foi pautado nos pressupostos teórico-metodológicos da psicologia sócio-histórica de Vigotski, fundamentados na perspectiva do materialismo histórico e dialético. Participaram como sujeitos duas famílias, entrevistando-se membros de três gerações: avó, mãe e criança(s). Ressalva-se que em uma família foram entrevistadas duas crianças, totalizando sete sujeitos. A partir dos núcleos de significação dos sujeitos, apreenderam-se os sentidos da violência física intrafamiliar contra crianças para cada um deles. De forma geral, a violência física contra crianças foi e continua sendo um dos principais, se não o principal, método utilizado na educação/criação dos filhos das três gerações participantes. Identificou-se, porém, que embora seja um fenômeno naturalizado e banalizado pelas avós, mães e crianças entrevistadas, contraditoriamente, todos estes sujeitos expressaram sofrimento e/ou afirmaram seu pesar ao vivenciar tal violência. Concluiu-se que cada geração entende a violência física contra crianças de forma singular: para as avós, ela é legitimada, embora rejeitem a que deixa marcas físicas no corpo ou aquela que consideram mais grave; já as mães vivem uma reflexão sobre o seu uso na educação/criação dos filhos, embora encontrem dificuldade em interromper a aplicação deste método; por fim, as crianças relatam sofrimento ao serem vítimas, mas têm dificuldade em imaginar outros modelos de educação/criação.
ASSUNTO(S)
família famílias de classes populares psicologia sócio-histórica sentidos violência física intrafamiliar contra crianças psicologia family popular class families social-historical psychology senses intrafamilial physical violence against children.
ACESSO AO ARTIGO
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