ViolÃncia contra crianÃas e adolescentes: aspectos relativos aos atendimentos do Hospital de ClÃnicas de UberlÃndia e do Centro de ReferÃncia à Inf Ãncia e AdolescÃncia Vitimizada, UberlÃndia- MG

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A violÃncia contra crianÃas e adolescentes atinge dimensÃes alarmantes em todo mundo, em especial no Brasil, constituindo-se um grave problema de saÃde pÃblica por provocar forte impacto na morbi-mortalidade desta populaÃÃo. O objetivo deste estudo foi caracterizar aspectos da violÃncia contra crianÃas e adolescentes, de suas vÃtimas e de seus agressores no municÃpio de UberlÃndia-MG. Foram realizados levantamentos de prontuÃrios dos casos de violÃncia confirmada contra crianÃas e adolescentes (0 a 18 anos), em duas instituiÃÃes pÃblicas, referÃncias no municÃpio de UberlÃndia: o Hospital de ClÃnicas de UberlÃndia (HCU), no perÃodo de 1996 a 2003, e o Centro de ReferÃncia à InfÃncia e AdolescÃncia Vitimizada (CRIAV), de 1993 a 2003. No HCU, foram analisados 663 prontuÃrios e obtido registro de 711 violÃncias. No CRIAV, foram 1210 crianÃas e adolescentes vitimizados, totalizando 1389 violÃncias. No Hospital, predominaram casos de violÃncia fÃsica (607; 85,4%), vÃtimas do sexo masculino (437; 61,5%) e adolescentes (477; 71,9%). No CRIAV, foram mais comuns os casos de violÃncia fÃsica (586; 42,1%) e negligÃncia (583; 42,0%), nÃo houve grande diferenÃa de gÃnero entre as vÃtimas (726; 52,3% do sexo masculino) e a maioria dessas tinha menos de 12 anos de idade (979; 80,9%). As violÃncias ocorreram principalmente dentro do prÃprio lar das vÃtimas (HCU 61,4% e CRIAV 94,2%). As lesÃes mais descritas no HCU foram as escoriaÃÃes (191; 28,8%), os ferimentos corto-contusos (187; 28,2%) e os hematomas (143; 21,6%) e, no CRIAV, os hematomas (106; 14,4%) e as contusÃes (82; 11,1%). No Hospital, 98 (14,8%) crianÃas ou adolescentes foram internados e 88 (13,3%) submetidos a cirurgias, 32 (4,8%) encaminhados ao Posto MÃdico Legal e 22 (3,3%) ao Conselho Tutelar da CrianÃa e do Adolescente. As principais condutas nos casos do CRIAV foram orientaÃÃes familiares (380; 51,6%) e acompanhamentos domiciliares (266; 36,1%). Os agressores eram familiares das vÃtimas na grande maioria dos casos do CRIAV (911; 94,1%) e em cerca da metade dos prontuÃrios mÃdicos em que havia registro dessa informaÃÃo (115; 53,7%). Dentre esses, a mÃe foi a principal agressora no Centro de ReferÃncia (482; 52,9%) e o pai nos casos do Hospital (41; 35,7%). No CRIAV, a maior parte dos agressores tinha de 20 a 40 anos de idade (446; 73,8%), possuÃa o ensino fundamental incompleto (321; 67,1%) e mantinha uma relaÃÃo conjugal estÃvel (484; 50,0%). Sobre o uso de drogas, 250 (25,8%) agressores relataram fazer uso de Ãlcool e 99 (10,2%) de outras drogas (99; 10,2%). Conclui-se que as caracterÃsticas das vÃtimas e os tipos de violÃncia variam conforme a instituiÃÃo de atendimento. A violÃncia que mais motiva atendimento no HCU à a fÃsica, atinge principalmente adolescentes do sexo masculino, com lesÃes que, em muitos casos, necessitam de internaÃÃes e procedimentos cirÃrgicos, nÃo sendo rotina do serviÃo o encaminhamento dos casos para o Conselho Tutelar. As principais violÃncias atendidas no CRIAV sÃo a fÃsica e a negligÃncia e atingem principalmente crianÃas menores de 12 anos de idade, sendo decrescente o nÃmero de casos com o aumento da idade. Os agressores possuem de 20 a 40 anos de idade, nÃo chegam a completar o ensino fundamental, cerca da metade à composta por casados ou amasiados, aproximadamente  faz uso de Ãlcool e cerca de 10% usam outras drogas. Independente da fonte de dados pesquisada, a violÃncia ocorre freqÃentemente dentro do lar das vÃtimas e à perpetrada pelos prÃprios pais.

ASSUNTO(S)

instituiÃÃes pÃblicas public insitutions adolescentes e violÃncia - uberlÃndia, 1993-2003 violÃncia domÃstica domestic violence ciencias da saude crianÃas e violÃncia - uberlÃndia, 1993-2003 violÃncia contra crianÃas e adolescentes violence against children and adolescent violÃncia - aspectos sociais

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