Verbal comonication model with the blind person: development and validation in nursing consultation / Modelo de comunicaÃÃo verbal com o cego: desenvolvimento e validaÃÃo em consulta de enfermagem

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/06/2009

RESUMO

Embora o cego tenha limitaÃÃes, isso nÃo pode impedir sua comunicaÃÃo e seu relacionamento com outras pessoas. PorÃm na formaÃÃo acadÃmica os profissionais da saÃde, a exemplo dos enfermeiros, nÃo sÃo preparados para cuidar de cegos. Assim, objetivou-se validar um Modelo de ComunicaÃÃo Verbal com o Cego e o Enfermeiro à luz da Teoria de Roman Jakobson. Estudo quantitativo, com abordagem metodolÃgica realizado por meio de filmagens no LabCom_SaÃde no Departamento de Enfermagem da UFC, de dezembro/2007 a dezembro/2008. O ambiente foi organizado com vistas a se aproximar das condiÃÃes ideais de uma sala de consulta de enfermagem para triagem de pessoas cegas e com diabetes. Participaram 30 enfermeiros recÃm-formados e concludentes do curso de graduaÃÃo em Enfermagem e 30 cegos de ambos os olhos e seus acompanhantes. AlÃm desses, colaboraram na pesquisa os especialistas que avaliaram o modelo e os juÃzes que analisaram as filmagens, observada a titulaÃÃo, produÃÃo cientÃfica e atuaÃÃo na temÃtica. ApÃs a construÃÃo, o modelo foi avaliado por trÃs especialistas para validaÃÃo aparente e de conteÃdo. Feito o julgamento, incorporaram-se as modificaÃÃes. Para o teste do modelo realizaram-se 30 consultas de enfermagem registradas e filmadas. Destas, 15 foram de responsabilidade de enfermeiros nÃo-treinados e 15 de treinados. As filmagens foram analisadas por trÃs juÃzes, enfermeiras treinadas no Modelo de ComunicaÃÃo. Atentou-se para todos os princÃpios da ResoluÃÃo 196/96. Os dados foram processados no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versÃo 14.0 e analisados por meio de tabelas univariadas com freqÃÃncia relativa e porcentagens. Dos enfermeiros, 17 (56,7%) tinham idade entre 22 e 25 anos, a maioria, 26 (86,7%), era do sexo feminino. Dos cegos, 8 (26,7%) estavam na faixa etÃria entre 39 e 49 anos e a maioria, 16 (53,4%), era do sexo feminino; 20 (66,7%) ficaram cegos entre 21 e 35 anos. A construÃÃo do modelo desenvolveu-se em quatro momentos: diretrizes gerais; acolhimento; processo de enfermagem; encerramento. Nas diretrizes gerais, o grupo treinado apresentou excelÃncia em todos os itens, variÃvel de 60% a 91,1%. O grupo nÃo-treinado mostrou comunicaÃÃo pÃssima/ruim, em maior freqÃÃncia, em quatro itens ao empregar palavras que indicam a direÃÃo (97,8%); tocar ligeiramente braÃo ou ombro (95,6%); evitar gesticular (68,9%); falar olhando para o cego (22,2%). Na etapa de acolhimento, todos os enfermeiros treinados a desempenharam com Ãxito, diferentemente do ocorrido com os nÃo-treinados, cujo resultado foi pÃssimo ou ruim em 100% de algumas aÃÃes. Na etapa da coleta de dados, o grupo treinado teve excelente atuaÃÃo em cinco das aÃÃes e nas etapas de diagnÃsticos e planejamentos de enfermagem, apresentou aÃÃes boas e excelentes nos seguintes itens: seguir protocolo (95,6%); fazer anotaÃÃes informando o motivo do silÃncio (93,4%); e evitar silÃncio prolongado (100%). O desempenho do grupo nÃo- treinado foi considerado pÃssimo nos itens: anotaÃÃes por nÃo informar o motivo do silÃncio (100%); evitar o silÃncio prolongado (91%). Na etapa de intervenÃÃes de enfermagem o grupo treinado denotou excelÃncia em todos os itens, enquanto na etapa de avaliaÃÃo nÃo ocorreram aÃÃes consideradas pÃssimas/ruins em nenhum dos itens do mencionado grupo. Jà na etapa de encerramento da consulta, identificou-se excelÃncia dos treinados nos seguintes itens: comunica-se acompanhando o cego atà a porta (82,2%); despede-se falando e apertando a mÃo (62,2%); e reforÃa as informaÃÃes (42,2%). Na anÃlise da comunicaÃÃo verbal entre o enfermeiro e o cego, na funÃÃo vocativa, este grupo apresentou 65,7% das aÃÃes e na funÃÃo imperativa 19,5%. O silÃncio manifestou-se em quase metade (45%) das interaÃÃes dos participantes nÃo-treinados e em 12,4% das dos treinados. No grupo treinado tambÃm estiveram presentes a empatia (69,2%), a tranqÃilidade (49,6%), a satisfaÃÃo (44,2%) e, a solidariedade (29,4%). Dos canais, o mais evidenciado nos treinados foi a fala (86,8%), enquanto a linguagem comum ocorreu nas interaÃÃes dos treinados (85,6%) e nas dos nÃo-treinados (50,1%). Conforme se conclui, o modelo foi validado pela amostra e pode-se afirmar que o Modelo de ComunicaÃÃo Verbal com Cegos à eficaz. Recomenda-se, pois, sua utilizaÃÃo na consulta de enfermagem a pessoas cegas.

ASSUNTO(S)

enfermagem enfermagem comunicaÃÃo validaÃÃo cegos nursing communication validation blind estudos de validaÃÃo como assunto

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