Vegetação e ambientes em Lions Rump e Hope Bay, Antártica Marítima / Vegetation and environments in Lions Rump e Hope Bay, Maritime Antarctic

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/08/2011

RESUMO

Embora inúmeras coleções de plantas e observações pontuais sobre a distribuição da vegetação ao longo do Continente Antártico têm sido feitas desde o final do século XIX, pesquisas botânicas com ênfase nas relações ecológicas têm sido relativamente limitadas. O presente trabalho, enfocou estudos ecológicos em duas importantes áreas livres de gelo segundo um gradiente climático, e foi dividido em dois capítulos. No primeiro capítulo objetivou-se estudar a estrutura das distintas comunidades vegetais correlacionando-as aos aspectos ambientais, especificamente pedológicos, da região sudeste da Ilha Rei George, conhecida como Lions Rump. Para isso, procedeu-se a abertura de perfis de solos em cada uma das 9 comunidades estudadas. Também foram levantadas a composição e cobertura da vegetação pela implantação de 30 parcelas de 25X25 cm nas respectivas comunidades. A Análise de Correspondência Canônica (CCA) foi utilizada para verificar o papel dos atributos dos solos sobre a distribuição das comunidades amostradas. Três diferentes fitofisionomias foram reconhecidas a partir da análise fitossociológica, as quais, através da CCA, apresentaram relações distintas com os solos associados. Os resultados demonstraram que a vegetação de Lions Rump distribui-se em Comunidades de Usnea associados a solos e substratos de pH básico em áreas de maior elevação, e comunidades de Deschampsia das áreas litorâneas, associadas com teor e saturação por Sódio relativamente maior. A comunidade de musgos dominada por Sanionia uncinata formou um grupo distinto, estando relacionada a outros parâmetros ambientais, como maior umidade, não quantificados no presente trabalho. O segundo capítulo teve como objetivo estudar a composição florística das comunidades vegetais encontradas na região da Península Antártica, observando os aspectos ambientais relacionados e mapeando as áreas de ocorrência. A amostragem consistiu de 146 amostras aleatórias em 15 pontos de coleta de Hope Bay. Assim foram observados dois fragmentos formados por Usnea antarctica, cinco fragmentos contendo Umbilicaria decussata, uma comunidade de Caloplaca sublobulata, duas grandes comunidades formada principalmente por Rhizoplaca aspidophora e Acarospora macrocyclos, três pequenas formações de Caloplaca sublobulata, dois fragmentos dominados por Rhizoplaca aspidophora e um formado por apenas Acarospora macrocyclos. As principais espécies de musgos observadas foram Polytrichum strictum, Syntrichia princeps e Ceratodon grossiretis, e os mesmos ocorrem em duas ou mais comunidades. As comunidades de Prasiola crispa ocorrem preferencialmente ao redor das muitas pinguineiras formadas por populações de pinguins Adeliae (Pygoscelis adeliae). A afinidade dessa comunidade com elevadas concentrações de nutrientes, principalmente nitrogênio, explica a ocorrência dessas comunidades próximas as pinguineiras, assim como as comunidades de líquens ornitocoprofilos como Caloplaca e Acarospora. As demais comunidades ocorrem em áreas distantes das anteriores, onde fatores como a disponibilidade de água e exposição à radiação solar exercem maior influência sobre a distribuição das mesmas.

ASSUNTO(S)

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