Variação Temporal da Atividade de Forrageio de Cupins (Insecta, Isoptera) sobre Iscas de Papel Higiênico em Hidrolândia, Goiás / Temporal variation of termite (insecta, isoptera) foraging activity on toilet paper bait in Hidrolândia, Goiás

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Cupins são insetos sociais com de 2800 espécies descritas, que se alimentam de celulose em vários estágios de decomposição. Baseando-se na proporção de matéria orgânica encontrada no trato digestório estes são classificados em grupos alimentares: grupo I (não Termitidae), comedores de serapilheira, granívoros e xilófagos; grupo II (Termitidae), alimentam do mesmo material do grupo I; grupo III, que se alimentam de madeira decomposta e solo rico em conteúdo orgânico; grupo IV, cupins comedores de solo com baixo conteúdo orgânico. A atividade de forrageio está sujeita à demandas conflitantes: as condições climáticas adversas da estação seca impõem limites fisiológicos, porém as colônias necessitam de uma grande quantidade de alimento durante esta estação para suprir as necessidades da produção de reprodutores para o próximo período de revoada. O objetivo foi verificar se a comunidade de cupins em uma área de cerrado e mata do Cerrado apresenta mudanças na atividade de forrageio entre as estações seca e chuvosa de 2007. O trabalho foi desenvolvido no município de Hidrolândia-GO, na RPPN Banana Menina (165744 S e 491341 O). O clima da região é do tipo Aw de Köppen. Foram montadas 6 grids com 20 iscas em cada fisionomia, compostas por um rolo de papel higiênico distantes 1m dos adjacentes e enterrado a uma profundidade média de 3cm. Os grids distavam-se no mínimo 100 m. As coletas foram feitas aos domingos durante dois meses após a instalação, totalizando oito coletas por estação (julho e agosto na seca e novembro e dezembro na chuva). Foram encontradas 28 espécies de cupins. Durante o período de seca 24 espécies foram coletadas, sendo que 11 na mata e 16 no cerrado, no período de chuva, 19 espécies foram amostradas, com 11 na mata e 11 no cerrado. Todos os grupos alimentares descritos estavam presentes e foram coletados em todas as estações e fisionomias, com exceção do grupo IV, que ocorreu apenas no cerrado. O maior número de espécies (13) pertencia ao grupo II e o grupo I, mesmo apresentando a menor riqueza (3), ocupou o maior número de iscas (47,6 na chuva e 10.25 na seca). Considerando-se toda a comunidade de cupins houve aumento significativo no número de iscas ocupadas na estação chuvosa e esta tendência foi igual em ambas as fisionomias. Apenas o grupo I apresentou diferença significativa quanto ao número de iscas ocupadas, entre as estações, não havendo interação entre fisionomia e estação. As espécies mais abundantes foram Heterotermes tenuis (grupo alimentar I) e Velocitermes velox (grupo alimentar II), presentes nas duas fisionomias, Cornitermes snyderi (grupo alimentar II) e Nasutitermes cf. jaraguae (grupo alimentar II), presentes apenas no cerrado e Neocapritermes opacus (grupo alimentar III) e Heterotermes longiceps (grupo alimentar I) presentes apenas na mata. N. opacus e C. snyderi aumentaram significativamente o número de iscas ocupadas na estação chuvosa. As outras espécies não apresentaram nenhuma modificação. A atividade de forrageio dos cupins na área estuda apresentou um pico durante a chuva. As colônias estão sujeitas a diferentes pressões devido a suas características internas como período de revoada, dinâmica populacional, tamanha corporal, grupo alimentar e tipo e local de nidificação e forrageio.

ASSUNTO(S)

ecologia savanna isoptera isoptera sazonality savana sazonalidade iscas baits

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