Variação morfológica e reprodutiva de Aechmea lindenii (E. Morren) Baker var. lindenii (Bromeliaceae)

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Botanica Brasilica

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-06

RESUMO

Buscou-se determinar o efeito da intensidade luminosa sobre as características morfológicas e reprodutivas de A.lindenii, em ambientes de restinga herbácea (alta luminosidade) e sub-bosque de restinga arbórea (baixa luminosidade), em Florianópolis, SC, onde os resultados indicam que a luminosidade pode influenciar no seu fenótipo, produção de néctar, fenologia e sucesso reprodutivo. As plantas esciófitas são maiores e apresentam um período de floração em torno de 120 dias, enquanto que as heliófitas são menores e florescem ao longo de todo o ano. A espécie apresenta atributos florais à ornitofilia, estando o volume (16,7 µL ± 4) e concentração (27,25%) do néctar produzido pelas flores dentro do esperado para espécies polinizadas por beija-flores. A freqüente visitação de Amazilia fimbriata, Thalurania glaucopis e Thalurania sp. (Trochilidae) confirma esta observação, porém abelhas e borboletas também foram consideradas potenciais polinizadores, sugerindo co-evolução de síndromes florais secundárias. Baseando-se nos resultados dos testes de polinizações manuais e no desenvolvimento dos tubos polínicos, pode-se concluir que a espécie não apresenta auto-incompatibilidade, formando frutos com sementes férteis, com germinação superior a 80%, oriundas tanto de fecundação cruzada quanto da autopolinização. A população heliófita apresentou elevadas taxas de partenocarpia (52, 95%) e mostrou ser um método seguro e eficaz de se avaliar a fertilização das flores, podendo-se assim, relacionar a sua freqüência e abundância à ausência ou ineficiência dos visitantes florais. Os frutos e sementes foram dispersos por pássaros das famílias Thraupidae e Pipridae e predados por lagartas da borboleta Tecla sp. (Lycaenidae).

ASSUNTO(S)

bromeliaceae floresta atlântica partenocarpia sistema reprodutivo síndromes florais

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