Variabilidade da RegiÃo ITS-1 do Cluster RibossÃmico Nuclear em PopulaÃÃes de Ostras de TrÃs EstuÃrios da Costa Cearense / Variability of ITS-1 region of nuclear ribosomal cluster in three populations of oysters from the Coast Estuaries Cearense

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

ClassificaÃÃes taxonÃmicas de ostras sÃo problemÃticas, pois estes organismos possuem caracterÃsticas morfolÃgicas pouco informativas. A variabilidade da regiÃo ITS do cluster ibossÃmico tem sido bastante utilizada em estudos filogenÃticos e taxonÃmicos, visto que esta regiÃo apresenta uma variabilidade relativamente elevada e fÃcil amplificaÃÃo por termociclagem. A ostra Crassostrea brasiliana foi, por dÃcadas, confundida com C. rhizophorae, entretanto, estudos recentes indicam que sÃo duas espÃcies biologicamente distintas. Esta pesquisa objetivou analisar a variabilidade da regiÃo ITS-1 de populaÃÃes de ostras C. rhizophorae em trÃs estuÃrios da costa do Estado do Cearà e investigar a presenÃa de uma segunda espÃcie de ostra pertencente ao gÃnero Crassostrea. Exemplares da ostra nativa C. cf. rhizophorae foram coletados nos estuÃrios da costa cearense para anÃlise de variabilidade populacional. Foram coletados tambÃm espÃcimes de C. cf. brasiliana para estudo de filogenia e comparaÃÃo com o primeiro grupo de ostras. ApÃs extraÃÃo de DNA e amplificaÃÃo por PCR da regiÃo ITS-1, seqÃÃncias desta regiÃo foram obtidas para anÃlise filogenÃtica realizada atravÃs dos mÃtodos de neighbour-joining e mÃxima parcimÃnia. SequÃncias de ITS-1 descritas no GenBank para 35 indivÃduos, representando 12 espÃcies de ostras do gÃnero Crassostrea, e mais duas seqÃÃncias de Saccostrea glomerata (grupo externo), foram utilizadas para os alinhamentos com as sequÃncias obtidas na presente pesquisa. A variabilidade intraespecÃfica de C.cf.rhizophorae foi estudada pelo mÃtodo da mÃxima parcimÃnia. SeqÃÃncias inÃditas de ITS-1 completo foram obtidas para C.brasiliana e C.rhizophorae, com 427 e 439 pb, respectivamente. A Ãrvore de neighbour-joining evidenciou a clara separaÃÃo de C.cf.brasiliana e C.cf.rhizophorae em ramos distintos (100%), confirmando a ocorrÃncia de, pelo menos, duas espÃcies de Crassostrea no local de estudo. O estudo sugere a ocorrÃncia de C.brasiliana no Estado do CearÃ. Embora alguns autores tenham considerado C.brasiliana sinÃnimo de C.virginica, em nosso estudo, C.virginica mostrou-se muito mais prÃxima de C.rhizophorae, com forte agrupamento (100%). A Ãrvore de mÃxima parcimÃnia mostrou que as seqÃÃncias de C.cf.brasiliana e C.cf.rhizophorae formaram um grupo monofilÃtico com as demais espÃcies de Crassostrea em 100% das repetiÃÃes. C.cf.brasiliana apresentou-se na base do ramo monofilÃtico de Crassostrea e, portanto, foi o grupo mais prÃximo de S.glomerata. Esta Ãrvore tambÃm mostrou a separaÃÃo dos exemplares de C.cf.brasiliana e C.cf.rhizophorae em ramos distintos (100%), evidenciando o forte sinal filogenÃtico observado na anÃlise. Novamente, C.cf.rhizophorae mostrou-se prÃxima de C.virginica. A anÃlise de mÃxima parcimÃnia para variabilidade intraespecÃfica de C.cf.rhizophorae nos trÃs estuÃrios estudados mostrou a formaÃÃo de 7 diferentes sequÃncias para C.cf.rhizophorae. A ligaÃÃo entre as sequÃncias encontradas sugere a presenÃa de fluxo gÃnico entre as populaÃÃes estudadas e a ocorrÃncia de sequÃncias exclusivas pode indicar a formaÃÃo de populaÃÃes residentes em cada um dos estuÃrios analisados. A regiÃo ITS-1 mostrou-se ideal para estudos de filogenia de ostras e estudos de variabilidade gÃnica populacional. A confirmaÃÃo de uma segunda espÃcie de ostra pertencente ao gÃnero Crassostrea na costa cearense à relevante para uma melhor gestÃo destes recursos, que possuem grande importÃncia ecolÃgica, econÃmica e social para nosso Estado.

ASSUNTO(S)

microbiologia aplicada its crassostrea crassostrea taxonomia phylogeny, taxonomy, oysters filogenia ostras its

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