Ecologia de peixes estuarinos-recifais e caracterizaÃÃo ambiental dos estuÃrios de Pernambuco

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A comunidade de peixes nos estuÃrios à constituÃda por espÃcies migrantes marinhas e de Ãgua doce, que usam esses ecossistemas como Ãreas de alimentaÃÃo ou para a reproduÃÃo, alÃm das residentes, que passam todo o seu ciclo de vida nesse ambiente. O presente estudo teve como objetivos: (1) avaliar se a diversidade da ictiofauna do rio Formoso varia entre as zonas estuarinas superior, mÃdia e inferior, e entre os perÃodos seco e chuvoso; identificar as espÃcies de peixes recifais que utilizam o estuÃrio do rio Formoso como Ãrea de refÃgio e de berÃÃrio natural; (2) descrever a distribuiÃÃo espacial dessa ictiofauna nas estaÃÃes chuvosa e de estiagem; verificar se houve diferenÃas espaciais e temporais nas categorias trÃficas; (3) compilar as informaÃÃes existentes na literatura sobre os estuÃrios e a ictiofauna de Pernambuco; caracterizar os principais fatores fisiogrÃficos das Ãreas estuarinas e as aÃÃes antrÃpicas por elas sofridas; validar os nomes cientÃficos das espÃcies de peixes que vivem nesses estuÃrios, identificando a sua distribuiÃÃo. Para o estudo da ictiofauna no estuÃrio do rio Formoso foram feitas coletas bimestrais com rede-de-arrasto tipo mangote. Para a anÃlise dos estuÃrios e da ictiofauna de Pernambuco foram compilados dados de livros, artigos cientÃficos, monografias, dissertaÃÃes e teses, alÃm da utilizaÃÃo das imagens obtidas atravÃs do aplicativo Google Earth para a caracterizaÃÃo dos estuÃrios. No estuÃrio do rio Formoso foram analisados 5.475 indivÃduos, pertencentes a 78 espÃcies e 39 famÃlias. Carangidae e Gerreidae tiveram a maior riqueza especÃfica, enquanto Clupeidae, Engraulidae e Gerreidae a maior abundÃncia. A maior diversidade ocorreu na zona estuarina superior, e a maior abundÃncia, na zona estuarina mÃdia. O tipo de sedimento foi determinante na distribuiÃÃo espacial da ictiofauna. Entre as espÃcies dominantes (89%), destaca-se Rhinosardinia amazonica (36%). As espÃcies mais abundantes ocorreram entre um regime de salinidade de mesohalino (5-18) a euhalino (30-40), sugerindo uma relativa capacidade de regulaÃÃo osmÃtica. A maioria da ictiofauna do estuÃrio do rio Formoso à predadora (75%) e com hÃbito alimentar carnÃvoro de 2Â. ordem (37,5%). A percentagem de espÃcies associadas a ambientes recifais foi de 51,3%, sendo 39,2%, 54,2% e 66,7% nas zonas superior, mÃdia e inferior, respectivamente. Entre essas espÃcies, Eucinostomus melanopterus, E. gula e Sphoeroides testudineus destacaram-se, nessa ordem, como as mais abundantes no estuÃrio superior; S. greeleyi, E. melanopterus e Lutjanus synagris, no mÃdio; e E. gula e Albula vulpes, no inferior. A zona superior do estuÃrio à provavelmente a mais 3 produtiva devido a sua maior complexidade morfolÃgica, a maior abundÃncia de Rhizophora mangle (abrigo e refÃgio para vÃrios peixes) e ao sedimento lamoso. A ictiofauna do estuÃrio do rio Formoso recebe influÃncia direta dos recifes e da regiÃo costeira, entre SirinhaÃm e TamandarÃ, proporcionando uma maior representatividade de peixes recifais. A maioria das espÃcies encontra-se em ecofase jovem, evidenciando a importÃncia das Ãguas rasas deste estuÃrio tropical como criadouro natural e abrigo para vÃrios peixes de importÃncia ecolÃgica e econÃmica. Em Pernambuco foi possÃvel identificar 17 estuÃrios e constatar que a ictiofauna à pouco estudada. As maiores concentraÃÃes de trabalhos ocorreram no complexo estuarino de Itamaracà e no estuÃrio do rio Formoso. Para algumas Ãreas nÃo existem informaÃÃes sobre comunidade de peixes. Para os estuÃrios de Pernambuco foram listadas 200 espÃcies de peixes vÃlidas, sendo 32% delas associadas a recifes. Citharichthys spilopterus e Poecilia vivipara foram classificadas como muito freqÃentes. As famÃlias Carangidae, Gerreidae, Ariidae e Haemulidae foram as mais especiosas. Atualmente, as Ãreas estuarinas de Pernambuco estÃo em acelerado processo de degradaÃÃo devido principalmente aos aterros, despejos de esgotos domÃsticos e industriais, desenvolvimento urbano, viveiros de carcinicultura e construÃÃo/ampliaÃao de portos em prol do crescimento econÃmico. Diante desse contexto, torna-se necessÃrio que os ÃrgÃos de fomento à pesquisa em Pernambuco estimulem o estudo nessas Ãreas, imprescindÃveis para o desenvolvimento e reproduÃÃo de vÃrias espÃcies de peixes, e conseqÃente aumento na captura por pesca

ASSUNTO(S)

ichtyophauna pernambuco environmental impacts estuaries estuÃrios peixes recifais ictiofauna oceanografia pernambuco reef fishes impactos ambientais

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